![Mina Córrego do Sítio, em Santa Bárbara, onde a barragem CDS II apresentou avarias (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A.Press) Mina Córrego do Sítio, em Santa Bárbara, onde a barragem CDS II apresentou avarias rio pilha](https://i.em.com.br/5aAdgBZb2YVjr1wex8JDHORvH5Q=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/10/08/1404737/mina-corrego-do-sitio-em-santa-barbara-onde-a-barragem-cds-ii-apresentou-avarias-rio-pilha_1_75718.jpg)
Por Mateus Parreiras
O surgimento de trincas na barragem CDS II da Mina Córrego do Sítio, da mineradora AngloGold Ashanti, em Santa Bárbara, trouxe medo e desconfiança às comunidades que vivem abaixo da estrutura que comporta 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos, quase o mesmo da barragem rompida em Brumadinho. A empresa afirma que acionamento é preventivo.
Informações divulgadas pela empresa dão conta de que a estrutura passa por obras de reforço e que uma trinca de centímetros teria surgio, o que classificaram como "normal" durante esse processo. Santa Bárbara tem 31.873 habitantes e fica na região Central de Minas, a 108 quilômetros de Belo Horizonte.
Como no início do ano, moradores do povoado de Brumal relataram à reportagem um sentimento de insegurança e medo com a segunda necessidade de intervenções de engenharia nas estruturas de armazenamento de rejeitos da mineradora sul-africana. A comunidade tem cerca de 2 mil pessoas e pertence a Santa Bárbara. No caminho dos rejeitos, em caso de rompimento, passam também os rios Santa Bárbara e Caraça.
De acordo com a ANM a barragem apresentou a "existência de trincas, abatimentos ou escorregamentos, com potencial de comprometimento da segurança da estrutura", o que acionou o nível 1 de emergência do Programa de Segurança de Barragens, que ocorre quando a estrutura tem danos que necessitam de obras de reparo urgentes.
![Imagem da barragem que está sob obras e apresentou trincas próximo ao povoado de Brumal(foto: Reprodução/Google Earth) Imagem da barragem que está sob obras e apresentou trincas próximo ao povoado de Brumal Mina Córrego do Sítio, em Santa Bárbara, onde a barragem CDS II apresentou avarias rio pilha](https://i.em.com.br/_9gXyDEoaI7gd-V9Zd1b9XU6XY0=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/10/08/1404737/imagem-da-barragem-que-esta-sob-obras-e-apresentou-trincas-proximo-ao-povoado-de-brumal-mina-corrego-do-sitio-em-santa-barbara-onde-a-barragem-cds-ii-apresentou-avarias-rio-pilha_2_83968.jpg)
A barragem CDS II tem 82 metros de altura e 538 metrtos de comprimento, ocupando área de 370 mil metros quadrados e retém rejeitos de minério de ouro primário. Foi construída pelo método de alteamento por linha de centro, que não é tão perigosa quanto a técnica de ampliação à montante, a mesma de Mariana (2015) e Brumadinho (2019).
Contudo, a ANM informa que há de 1001 a 5 mil pessoas que podem ser afetadas em caso de rompimento da barragem. Os impactos ambientais são considerados muito significativos devido à toxicidade dos rejeitos, pois "a barragem armazena rejeitos ou resíduos sólidos classificados na Classe II A - Não Inertes, segundo a NBR 10004/2004)", segundo a ANM.
Já os impactos sócio-econômicos foram considerados baixos, uma vez que, segundo a agência que regula o setor, "existe pequena concentração de instalações residenciais, agrícolas, industriais ou de infraestrutura de relevância sócio-econômico-cultural na área afetada a jusante (abaixo) da barragem".
Por meio de nota, a AngloGold Ashanti informou que, "de forma preventiva, foi estabelecido alerta nível 1 para a barragem CDS II, localizada em Santa Bárbara (MG). A decisão segue o PAEBM – Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração. Neste nível, não é necessário o acionamento de sirenes ou a evacuação da zona de autossalvamento, pois não há risco iminente de rompimento.Salientamos que as autoridades competentes estão sendo envolvidas".
Ainda segundo a empresa, "após inspeção de rotina, a equipe técnica identificou trinca, de centímetros de largura, na barragem, o que é comum em uma estrutura que passa por obras de reforço. A barragem recebeu na tarde desta sexta-feira (7/10) a vistoria de técnicos da Agência Nacional de Mineração (ANM), que acompanham o caso".
A mudança para nível 1, de acordo com a AngloGold Ashanti "é preventiva e seguirá até a apresentação dos estudos e análises da auditoria externa especializada, confirmando a segurança e estabilidade da barragem, à ANM. Ressaltamos que a barragem CDS II conta com todas as licenças legais, além da declaração de condição de estabilidade emitida por auditoria externa em setembro de 2022".
A empresa destaca que a declaração e outras informações sobre a barragem podem ser consultados no site da empresa: www.anglogoldashanti.com.br/barragens/nossas-barragens/barragem-cds-ii/ Em caso de dúvidas, os moradores da região podem entrar em contato com o canal de relacionamento: 0800 72 71 500.