Por Maicon Costa
Diretores e coordenadores do Coleguium Unidade Nova Suíça podem responder criminalmente pelo crime de importunação sexual, de forma culposa. Um funcionário da unidade escolar, de 49 anos, foi preso, na manhã desta terça-feira (11/10), por suspeita de cometer o mesmo crime contra alunos com idades entre 6 e 15 anos.
A informação foi passada pelos delegados da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Iara França e Vinícius Dias, que concederam entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (11/10), na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Segundo Vinicius, o inquérito policial tem cinco ou seis atas de reuniões escolares onde os pais repetidamente solicitaram providências em relação aos atos do funcionário junto ao colégio, mas o suspeito só foi afastado quando a unidade escolar recebeu um ofício da PCMG, cerca de cinco semanas após as primeiras denúncias.
“Se a gente comprovar a responsabilidade da instituição de ensino, os diretores e coordenadores também podem ser indiciados porque a omissão é penalmente relevante nesse caso”, explicou.
“Podem ser responsabilizados pelo mesmo crime (importunação sexual), mas na parte omissiva, ou seja, importunações culposas, uma vez que eles deveriam ter realizado o ato para retirar aquele educador da instituição de ensino”, explicou o delegado.
A Polícia Civil informou ainda que o homem começou a trabalhar na escola no dia 10 de maio e foi afastado na segunda quinzena de junho, cerca de cinco semanas depois.
Coleguium se manifesta
Procurada pela reportagem do Estado de Minas para comentar a possibilidade de indiciamento de membros da unidade escolar, a direção do Coleguium Unidade Nova Suíça emitiu nota de esclarecimento.
No documento, a instituição afirma que sempre esteve à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações. Ainda segundo o colégio, o funcionário foi afastado logo após o recebimento da primeira denúncia.
Confira o posicionamento na íntegra :
“A direção da unidade Nova Suíça da Rede Coleguium informa que sempre esteve à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações e reafirma que, ao receber a primeira denúncia, em 22 de junho, em poucas horas afastou o então colaborador, que atuava na unidade havia menos de três meses.
A gestão manteve, desde o primeiro momento, diálogo transparente com as famílias por meio de atendimento em grupo ou individual. Uma equipe de psicólogos especializados elaborou ações direcionadas aos colaboradores, professores e alunos. O atendimento psicológico da unidade e as atividades acadêmicas sobre o tema também foram reforçados.
A Rede Coleguium é uma instituição tradicional, que atua há 35 anos com seriedade e comprometida em oferecer educação de excelência, segurança e conforto aos alunos e seus familiares. A rede declara que a situação é extremamente sensível e está, juntamente com as famílias, trabalhando intensamente para superar esse desafio.”
O caso
Um funcionário da instituição de ensino Coleguium Unidade Nova Suíça foi preso na manhã desta terça-feira (11/10), em sua casa, por 14 denúncias de importunação sexual.
O suspeito, um homem de 49 anos, era disciplinário do colégio e foi acusado de atos libidinosos e comentários de cunho sexual feitos para alunos entre 6 e 12 anos.
Segundo a Polícia Civil, o homem dissimulava atos, como brincadeiras e cuidados com as crianças, para apalpar os órgãos genitais e demais partes do corpo delas.
A Polícia Civil (PC) classificou os relatos como “bastante contundentes” e afirmou que eles coincidem com as imagens de circuitos de segurança entregues pela instituição de ensino.
O homem foi ouvido pela PC ainda na manhã de hoje e, segundo o delegado Vinícius Dias, apresentou relatos contraditórios em seu depoimento, além de demonstrar achar que suas condutas eram corretas.
A prisão do suspeito é temporária e pode ser convertida para preventiva. Se condenado, o homem pode pegar até 40 anos de prisão.
Suspeito tem filho adotivo de 5 anos
O homem, que não tem passagens pela polícia e já trabalhou como disciplinário em mais duas instituições de ensino, uma faculdade e um colégio de ensin médio, foi preso em sua casa, onde morava com a mãe, irmã e um filho adotivo de 5 anos de idade.
Segundo o delegado Vinícius Dias, haverá abertura de processo para que o homem perca a guarda da criança.