Por Clara Mariz e Guilherme Peixoto
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, esteve na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, nesta terça-feira (11/10), para oficializar a execução do programa de revitalização de sete parques nacionais localizados no estado. A ação, anunciada em julho de 2020, faz parte de um acordo entre o governo federal e a mineradora Vale, como pagamento de multa aplicada pelo rompimento da barragem de Brumadinho.
Serão investidos R$ 150 milhões que serão destinados às obras de melhoria na infraestrutura. Entre as unidades beneficiadas estão: Parque Nacional da Serra da Canastra; Parque Nacional da Serra do Cipó; Parque Nacional do Caparaó; Parque Nacional da Serra do Gandarela; Parque Nacional Grande Sertão Veredas; Parque Nacional Cavernas do Peruaçu; e Parque Nacional das Sempre-Vivas.
De acordo com Joaquim Leite, até o momento, não há previsão para o início das obras, mas as intervenções devem começar “ainda neste ano”.
“A gente [Ministério do Meio Ambiente] já fez a aprovação do recurso. A execução da obra é feita pelo infrator [a Vale], e ainda este ano a gente já começa as obras para transformar os sete parques”, disse.
De acordo com o governo de Minas, a medida vai contribuir com a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, além de propiciar a conservação da vida nativa desses biomas, o fortalecimento econômico e a qualidade de vida da população das regiões e entornos.
“Nós teremos um avanço muito expressivo com esses investimentos. Minas é o estado com mais cidades históricas e talvez o que tenha os mais belos parques nacionais […] Com esse investimento nós com certeza vamos aumentar e muito [o número de visitantes]. Esses parques hoje recebem 380 mil visitantes [anualmente], e é provável que nós vamos extrapolar mais de um milhão de visitantes após esses investimentos”, disse o governador reeleito de Minas, Romeu Zema (Novo).
Previsão de melhorias
O recurso pago pela Vale poderá ser usado, entre outras finalidades, para a compra de material, equipamentos, ferramentas e insumos operacionais para a gestão dos parques; proteção e combate a incêndios florestais; e infraestrutura, edificações e instalações para o ecoturismo.
A previsão é que as unidades ampliem o monitoramento de fauna e flora com equipamentos tecnológicos avançados, incluindo implantação de microchips, drones e câmeras. Além disso, os valores viabilizam a conservação de 1,5 mil km de trilhas, que terão equipamentos de acessibilidade instalados, como pontes, passagens, decks, mirantes, banheiros e pontos de apoio, além de sinalização dos caminhos e atrativos. E cerca de 450km de estradas que dão acesso aos parques também serão beneficiadas com os recursos.
Serra do Curral
Questionado sobre a atuação do Ministério do Meio Ambiente na preservação da Serra do Curral, o chefe da pasta afirmou que o governo federal “está sempre atento” e que vai atuar no que couber à pasta. No entanto, Joaquim Leite não detalhou se o ministério possui alguma ação voltada para a área.
Apoio
O anúncio do início da execução do projeto foi feito uma semana após o governador de Minas oficializar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição nacional. Participaram do evento políticos eleitos sob a bandeira bolsonarista, como Cleitinho Azevedo (PSC), que toma posse no Senado Federal em fevereiro, e o deputado estadual reeleito Bruno Engler (PL).
Zema não respondeu sobre a existência de relação entre a ação do Ministério do Meio Ambiente e o endosso à candidatura de Bolsonaro. O chefe da pasta, Joaquim Leite, também se esquivou.
“Primeiro, nós continuamos trabalhando; eu, como ministro do meio ambiente; Zema, como governador. A gente vai continuar fazendo ações para ajudar a região, ainda mais uma região como essa, que tem parques tão importantes”, afirmou Leite.