(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas INSEGURANÇA

#ForçaJosué: meme resulta em denúncias sobre condições de moradias da Ufop

Alunos dos campus de Mariana reclamam de insegurança e falta de manutenção em imóveis. Casos de roubo e importunação sexual já foram registrados


17/10/2022 15:17 - atualizado 17/10/2022 18:16

Portão precário de moradia da Ufop
Portões de algumas das casas estão arrombados ou corroídos pelo tempo, situação que causa temor entre os estudantes (foto: Arquivo pessoal)

 
Estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) reclamam de condições precárias e falta de segurança nas moradias estudantis situadas no campus Mariana, na Região Central de Minas. Os alunos dizem que se sentem receosos devido à falta de iluminação eficaz na região, roubos e manutenção deficitária nas instalações dos imóveis.

O assunto veio à tona no fim do mês passado, após um aluno da UFOP tornar-se assunto nas redes sociais ao deixar tornar público um email que deveria ser enviado de forma privada para a entidade de ensino. Na mensagem, Josué questionava sobre a disponibilidade de moradias estudantis. Ele está com a matrícula trancada.

A história acabou rendendo vários memes, mas também serviu de estímulo para que outros estudantes trouxessem reclamações a respeito das condições das moradias universitárias destinadas a alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Milena Amarante é uma delas. A aluna de pedagogia na Ufop mora no Conjunto I de Moradias Estudantis, conhecido como “Moitas”. Segundo ela, no fim de setembro o conjunto de repúblicas foi invadido por um desconhecido, que furtou um cartão de uma moradora, fazendo compras no valor de R$ 800. Ele ainda tentou roubar uma bicicleta. Conforme Milena, o homem estaria escondido no caminho que faz ligação entre a moradia e o campus. “Lá não tem luz, mas tem os postes e, segundo a Ufop, não existe verba para manter a iluminação. Queremos segurança”, reclama.

Consultada, a Ufop informou, por meio de nota, que um projeto para cercamento do Conjunto I encontra-se em fase de finalização.

Importunação sexual

Alunos dizem que o problema é antigo. Sabrina Pereira é estudante do curso de jornalismo e mora no mesmo local. Ela diz que no fim de setembro um homem estava se masturbando na região, em pleno espaço público. Um dos moradores teve que ser acompanhado por um guarda da universidade para sua segurança. “Desde então estamos muito apreensivos”, revela.

Os seguranças do campus do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) teriam orientado os alunos a não utilizarem o caminho, por questões de segurança.

Outra reclamação envolve portões do conjunto de moradias que estariam arrombados e sem manutenção. Toda a situação já foi relatada ao Diretório Central dos Estudantes da Ufop, e também à ouvidoria da universidade, segundo Sabrina. “Nada foi resolvido”, diz a aluna. Até a Polícia Militar foi acionada, mas a corporação informou que a universidade está sob jurisdição da União, e por isso a força de segurança a ser acionada seria a Polícia Federal.

Problemas estruturais

Rachadura na parede de moradia da Ufop
Paredes com rachaduras aparecem em algumas das moradias da Ufop (foto: Arquivo pessoal)
De acordo com os moradores das “Moitas”, sete repúblicas compõem o conjunto, tendo aproximadamente 80 alunos vivendo nas casas, e todas elas apresentam problemas estruturais como rachaduras nas paredes, problemas na parte elétrica, infiltrações e portões arrombados. Como as moradias são públicas, a responsabilidade de manutenção é da universidade.

Alunos dizem conviver com mofo e falta de energia elétrica. “Várias casas têm cômodos inteiros inutilizados por causa disso”, afirma Bianca Martins, estudante de Letras e moradora da república Sé, nas “Moitas”.

A falta de manutenção nos imóveis e a sensação de insegurança acaba comprometendo o rendimento estudantil dos alunos, segundo eles relatam. “É desgastante e frustrante não poder ter meus estudos como prioridade, já que estou sempre envolvida nas discussões para melhoria das moradias, que são negligenciadas”, protesta Milena Amarante. “Eu poderia estar dando 100% de mim no curso se minha maior preocupação fosse estudar”, concorda Sabrina Pereira.
 
Parede mofada em moradia da Ufop
Quartos que poderiam ser utilizados por alunos estão interditados por causa de mofo e infiltrações (foto: Arquivo pessoal)
 

Assistência estudantil

A Ufop informou que a situação das moradias estudantis é constantemente debatida com os alunos beneficiários, com envolvimento do Comitê Permanente de Assistência Estudantil.
 
Parede de banheiro mofada em moradia da Ufop
Os banheiros das moradias também apresentam infiltrações e mofo (foto: Arquivo pessoal)
 
 
Alunos interessados em tentar vaga nas moradias universitárias da Ufop devem estar regularmente matriculados nos cursos presenciais de graduação e de pós-graduação. Os bolsistas são classificados a partir de uma avaliação socioeconômica realizada pela equipe de assistentes sociais. O edital de ocupação é lançado semestralmente. Os pedidos podem ser feitos pelo link: http://prace.ufop.br/assistencia-estudantil/avaliacao-socioeconomica
 
Outro mecanismo de apoio ao aluno em situação de vulnerabilidade econômica é a bolsa permanência, um auxílio de assistência estudantil com valores que variam de R$200 a R$400 mensais.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)