Sílvia Pires
Um homem de 29 anos é suspeito de causar o incêndio na Serra do Rola Moça, que destruiu cerca de 2 milhões de hectares de área preservada. O acusado é empresário e usava fogos de artifício para divulgar seus produtos nas redes sociais.
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O acusado tem mais de 100 mil seguidores nas redes sociais. "Isso nos preocupa bastante. A divulgação de uma conduta com utilização de artefatos explosivos perto de ambientes de mata pode, inclusive, incentivar outras pessoas a fazer o mesmo", ressalta Vieira. A investigação também apura o envolvimento de outras pessoas no crime.
Segundo o delegado da PC, o homem assumiu o crime. “Ele admitiu que era ele e disse que iria explicar melhor os fatos na presença do advogado”, conta. O homem pode pegar de dois a quatro anos de prisão e receber uma multa.
A operação, chamada Sentinelas da Floresta, cumpriu três mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (18/10). Com o suspeito também foram encontradas drogas, semelhantes a maconha. Ele foi conduzido a delegacia. Ainda de acordo com a polícia, ele tem passagem por tentativa de homicídio e tráfico de drogas.
O combate ao incêndio, que ocorreu em 16 de setembro, custou mais de 600 mil aos cofres públicos. “Exigem esforços muito grandes das equipes, que ficam dias em combate, especialmente por conta das áreas remotas. Colocamos as aeronaves em apoio aos brigadistas. Isso custa muito caro”, aponta Rodrigo Bueno Belo, gerente de prevenção e combate a incêndios florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Segundo ele, o Parque da Serra do Rola Moça não registrava incêndios de grandes proporções há cinco anos. “A gente vinha conseguindo conter as ocorrências lá. Desde 2017 não tínhamos casos dessa amplitude”, conta. As chamas consumiram 2 milhões de hectares de área preservada, o que equivale a 250 campos de futebol.