O veterinário Marcelo Dayrell será julgado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em Brasília, nesta quarta-feira (19/10), por procedimentos que levaram à morte da cadela Malu, uma beagle, em julho de 2019.
Em maio deste ano, Dayrell foi julgado por outro caso, envolvendo o cão Rambo. Porém, não se sabe qual o resultado do julgamento, já que o CFMV não divulga as punições impostas aos membros.
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Em maio do ano passado, eles foram indiciados pelos crimes de estelionato, infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, maus-tratos a animais, poluição ambiental e crime contra as relações de consumo.
Em maio do ano passado, eles foram indiciados pelos crimes de estelionato, infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, maus-tratos a animais, poluição ambiental e crime contra as relações de consumo.
Mesmo assim, o casal continua atendendo no São Bento Hospital Veterinário, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul de BH.
Caso Malu
Malu foi atropelada e levada para a Animed. Após duas cirurgias feitas por Dayrell, funcionários da clínica alertaram o tutor da cadela, o médico David Barreto, de que o veterinário planejava abri-la novamente, em sigilo, para tentar omitir erros médicos.
Barreto imediatamente ligou para Dayrell e o proibiu de fazer a cirurgia. Porém, o veterinário não acatou a ordem do tutor e fez o procedimento às pressas. Malu não resistiu e morreu dois dias depois, com infecção generalizada.
O tutor enviou o corpo da cadela para uma necropsia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde foi constatado que ela tinha dois parafusos soltos, placa em local onde não havia fratura, infecção generalizada e necroses pelo corpo.
Em maio de 2021, Dayrell foi julgado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG). A entidade aplicou pena de censura pública e multa de R$ 2,4 mil ao veterinário. A punição, considerada branda, revoltou o tutor de Malu.
"Os crimes que eles cometeram, de acordo com a própria legislação do Conselho, são infrações gravíssimas que têm como pena a cassação do direito de exercício da profissão. O CFMV reconhece que são infrações graves, mas não aplicaram a pena prevista para elas”, afirmou Barreto.
O tutor de Malu lembra que o casal segue trabalhando em um hospital veterinário. “Certamente, praticando golpes e crimes contra os animais, como fizeram com vários. Ao não puni-los da forma correta, o CFMV nega às pessoas o direito de saber as barbaridades que eles cometeram e certamente continuam a cometer", concluiu.
Defesa rebate as acusações
Já a defesa de Marcelo Dayrell e Francielle Quirino informa que os veterinários são vítimas de uma série de denúncias falsas e que a Animed Hospital Veterinário sempre seguiu rigorosamente todos os preceitos éticos e pauta sua atuação pelo bem-estar animal.
Caso Rambo
O casal de veterinários já foi condenado por crimes contra o cão Rambo, um rottweiler que também foi operado de forma inadequada, além de ter sido diagnosticado falsamente com leishmaniose para obtenção de lucro e perdido um dedo após a pata necrosar. O resultado do julgamento, porém, não foi divulgado pelo CFMV.