Por Leonardo Godim*
A Polícia Civil de Minas Gerais desmanchou um esquema de fraude na vistoria de veículos em Ipatinga, no Vale do Aço, que habilitou automóveis a circularem sem a devida averiguação entre os anos de 2018 até o início de 2021. Três policiais civis, um servidor e cinco despachantes foram indiciados.
O esquema funcionava entre despachantes e os agentes responsáveis pela vistoria. Os policiais recebiam uma propina para que os veículos não fossem levados para avaliação, e assinavam os papéis liberando os veículos pelo valor de R$ 20 a R$ 100.
O valor era acrescido no serviço do despachante, lesando a população.
Em outras situações, os policiais cobravam uma propina de R$ 50 para quem quisesse furar a fila da vistoria e acelerar o processo.
Os acusados atuavam no setor de vistoria da 1ª Delegacia Regional. Segundo os investigadores, a corrupção dos policiais da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) era notória e comentada pela população da cidade no Vale do Aço, o que motivou a investigação.
A Polícia Civil informou que todos os vistoriadores já foram afastados e foi aberto um processo administrativo contra eles.
Os nove indiciados foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais por falsidade ideológica, corrupção ativa e corrupção passiva. As penas podem chegar de 10 a 20 anos.
O MPMG requer, na denúncia, que todos sejam condenados a pagar R$200 mil pelos danos morais coletivos, além de reparar os danos causados.
Os veículos envolvidos no esquema, que não passaram pela vistoria, terão a licença para circular suspensa. Segundo os investigadores, é possível que os proprietários não soubessem que estavam participando de um esquema fraudulento.
*Estagiário sob supervisão
*Estagiário sob supervisão