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Estado de Minas UEMG

Aluna da UEMG é expulsa da sala de aula por levar filha de seis meses

Estudante levou filha de seis meses para a aula, mas professora teria dito que 'pessoas não matriculadas não podem ficar em sala' e pedido que ela se retirasse


21/10/2022 21:18 - atualizado 21/10/2022 21:40

Laura Santos e Ágatha Santos
Laura Santos foi expulsa da sala de aula por ter levado a filha de seis meses, Ágatha Santos (foto: Arquivo pessoal)
Laura Santos, de 20 anos, estudante do terceiro período de pedagogia da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) no turno da noite, teve que levar a filha de seis meses, Ágatha Santos, para a aula. Porém, ela foi convidada a se retirar da sala por uma professora, nessa quinta-feira (20/10).

A aluna alega que a professora disse que “pessoas não matriculadas não podem ficar em sala”. 

Ela explicou ao Estado de Minas que o pai da criança fica com ela à noite, para que possa estudar. Mas, ontem, ele teve que ficar até mais tarde no trabalho e, como não encontrou ninguém próximo que pudesse ficar com a bebê, a mãe resolveu levá-la para a faculdade. 

“Ela é muito tranquila, não chorou nem nada. No primeiro horário foi super de boa, a professora até tirou foto com ela”, disse. Porém, no segundo horário que seria a aula de Didática, ao ver a bebê, a professora pediu à Laura que se retirasse da sala. 

“Ela não deu a oportunidade de eu ir falar com ela, veio me questionar na frente de outros colegas”, relatou. 


A representante da turma acompanhou Laura até a coordenação para conversar com o vice-diretor. Ele disse às alunas que não há lei que proíba crianças em universidades, mas que também não há lei que libere. Porém, o estatuto da UEMG não recomenda a presença de crianças.

Ao voltar para a sala, as alunas transmitiram a resposta do vice-diretor à professora, que não aceitou e manteve seu posicionamento.

Laura afirmou que os alunos planejam uma manifestação pacífica em frente à universidade. 

A UEMG publicou uma nota a respeito do assunto.


“A Faculdade de Educação da UEMG vam esclarecer que a legalidade da matéria encontra-se em andamento dentro dos Órgãos Superiores da Instituição. Sendo assim, o ocorrido durante esta quinta-feira (dia 20/10) coloca a realidade em contradição, ou seja, o direito da estudante de assistir às aulas e o risco de a Unidade não dispor de instalações adequadas para o recebimento da criança em questão.       

Por isso, a ação da Prof. numa posição determinada gerou constrangimento e expôs a aluna num momento tão bonito da maternidade e difícil durante o período de formação universitária. Mesmo o caso tendo uma consequência negativa e ruim para todos, destacamos que trata-se de um caso isolado na nossa Unidade, a Prof. Marilza se desculpou diretamente com a aluna na sala de aula diante de todos os presentes, elevando a difícil tarefa da consequência da sua ação. 

Estamos tomando as providências para pautar na próxima Reunião do Conselho Departamental e deliberar sobre o tema para evitar a repetição situações similares. Prezamos pela equivalência de docentes e discentes na sala de aula e demais dependências.      

A Faculdade de Educação possui projetos de inclusão para as alunas mães, coordenado por Profas. Glaucia Barbosa do Núcleo de Pesquisa e também temos na Gestão Diretiva a pauta da construção de um espaço adequado para atendimento as nossas estudantes.”

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata


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