Jornal Estado de Minas

UEMG

Aluna da UEMG é expulsa da sala de aula por levar filha de seis meses

Laura Santos, de 20 anos, estudante do terceiro período de pedagogia da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) no turno da noite, teve que levar a filha de seis meses, Ágatha Santos, para a aula. Porém, ela foi convidada a se retirar da sala por uma professora, nessa quinta-feira (20/10).





A aluna alega que a professora disse que “pessoas não matriculadas não podem ficar em sala”. 

Ela explicou ao Estado de Minas que o pai da criança fica com ela à noite, para que possa estudar. Mas, ontem, ele teve que ficar até mais tarde no trabalho e, como não encontrou ninguém próximo que pudesse ficar com a bebê, a mãe resolveu levá-la para a faculdade. 

“Ela é muito tranquila, não chorou nem nada. No primeiro horário foi super de boa, a professora até tirou foto com ela”, disse. Porém, no segundo horário que seria a aula de Didática, ao ver a bebê, a professora pediu à Laura que se retirasse da sala. 

“Ela não deu a oportunidade de eu ir falar com ela, veio me questionar na frente de outros colegas”, relatou. 

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A representante da turma acompanhou Laura até a coordenação para conversar com o vice-diretor. Ele disse às alunas que não há lei que proíba crianças em universidades, mas que também não há lei que libere. Porém, o estatuto da UEMG não recomenda a presença de crianças.





Ao voltar para a sala, as alunas transmitiram a resposta do vice-diretor à professora, que não aceitou e manteve seu posicionamento.

Laura afirmou que os alunos planejam uma manifestação pacífica em frente à universidade. 

A UEMG publicou uma nota a respeito do assunto.


“A Faculdade de Educação da UEMG vam esclarecer que a legalidade da matéria encontra-se em andamento dentro dos Órgãos Superiores da Instituição. Sendo assim, o ocorrido durante esta quinta-feira (dia 20/10) coloca a realidade em contradição, ou seja, o direito da estudante de assistir às aulas e o risco de a Unidade não dispor de instalações adequadas para o recebimento da criança em questão.       

Por isso, a ação da Prof. numa posição determinada gerou constrangimento e expôs a aluna num momento tão bonito da maternidade e difícil durante o período de formação universitária. Mesmo o caso tendo uma consequência negativa e ruim para todos, destacamos que trata-se de um caso isolado na nossa Unidade, a Prof. Marilza se desculpou diretamente com a aluna na sala de aula diante de todos os presentes, elevando a difícil tarefa da consequência da sua ação. 

Estamos tomando as providências para pautar na próxima Reunião do Conselho Departamental e deliberar sobre o tema para evitar a repetição situações similares. Prezamos pela equivalência de docentes e discentes na sala de aula e demais dependências.      

A Faculdade de Educação possui projetos de inclusão para as alunas mães, coordenado por Profas. Glaucia Barbosa do Núcleo de Pesquisa e também temos na Gestão Diretiva a pauta da construção de um espaço adequado para atendimento as nossas estudantes.”

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata