Renato Manfrim - Especial para o EM
A coordenadoria de Políticas LGBT+ de Uberaba, divulgou nesta segunda-feira (24/10) uma nova parcial do 1º Mapeamento LGBTQIAP+ da cidade, iniciado no começo de agosto desse ano. Os números são preocupantes.
Os dados que mais chamaram atenção foram que 90% desse público já sentiu sintomas de depressão; 96%, sintomas de ansiedade; 67,7%, ataques de pânico, 22% disseram que já se automutilaram; 56% já tiveram ideias suicidas; 25%, tentaram se matar; 52%, uso abusivo de álcool ou drogas; 68% sentem falta de serviços especializados em saúde mental e 44% realizam tratamento com psiquiatria ou psicólogo.
A previsão do encerramento da pesquisa, ainda conforme a coordenadoria de Políticas LGBT+ de Uberaba, é no dia 30 de novembro.
“Até o momento já atingimos 380 pessoas que responderam as perguntas, o que já atinge a meta do mínimo necessário para a amostra”, destacou nota da Coordenadoria de Políticas LGBT+ de Uberaba.
“Em suma: altos índices de sofrimento mental, de ideação e tentativas de suicídio e de uso abusivo de álcool/drogas; um público de muita vulnerabilidade social”, considerou a coordenadora Lucimira Reis. Ela complementa que, na quarta, quinta e sexta da semana passada aconteceu na cidade a 10ª Conferência de Saúde de Uberaba, sendo que ficou definida a criação de um ambulatório específico para a comunidade LGBT+. “A proposta já foi passada para a Câmara Municipal. Agora, de alguma forma, é preciso que seja aprovada e que um local para o ambulatório seja definido”, ressaltou Reis.
Ainda com relação às perguntas sobre Saúde do 1º Mapeamento LGBTQIAP+ de Uberaba, cerca de 70% da comunidade disseram que usam algum grau dos serviços públicos de saúde e quase 35% usam exclusivamente os serviços públicos de saúde.
Conforme análise parcial da Coordenadoria de Políticas LGBT+ de Uberaba, além dos problemas mostrados na área da Saúde, os resultados parciais mostraram a importância da escola pública para a comunidade e a situação de risco que a mesma vive, atualmente, devido à identidade de gênero e orientação sexual
Conforme análise parcial da Coordenadoria de Políticas LGBT+ de Uberaba, além dos problemas mostrados na área da Saúde, os resultados parciais mostraram a importância da escola pública para a comunidade e a situação de risco que a mesma vive, atualmente, devido à identidade de gênero e orientação sexual
Questionário on-line
O mapeamento e o diagnóstico situacional da população LGBTQIAP+ da cidade de Uberaba diz respeito a um questionário on-line, que pode ser acessado por meio deste link, com 52 questões do tipo fechada e uma questão do tipo aberta.
As 52 perguntas se subdividem em seis blocos: Perfil Sociodemográfico; Perfil Socioeconômico; Acesso à Saúde; Acesso à Educação; Trabalho, Segurança e Assistência Social; e Preconceito e Violência.
Podem participar pessoas autodeclaradas pertencentes à população LGBTQIAP+; maiores de 18 anos de idade e residentes em Uberaba.
Podem participar pessoas autodeclaradas pertencentes à população LGBTQIAP+; maiores de 18 anos de idade e residentes em Uberaba.