O policial militar sequestrado na noite dessa segunda-feira (24/10), em Corinto, Região Central, foi confundido com um gerente de banco. A ação criminosa terminou com a morte de três suspeitos em troca de tiros com a PM, após perseguição.
De acordo com a corporação, os sequestradores tinham um gerente de banco como alvo, mas acabaram indo parar numa casa errada, onde o tenente, que não teve a identidade divulgada, mora com a família.
Os suspeitos chegaram no imóvel e não encontraram ninguém, pois a família estava em viagem, mas em dado momento da noite, o policial voltou sozinho e foi rendido pelos homens.
Sabendo do equívoco, os suspeitos decidiram ir para a casa de familiares do gerente, que moravam nas proximidades, para cometer um crime conhecido como “sapatinho”, que é quando familiares de um indivíduo são rendidos para que o alvo principal colabore com os autores.
Chegando ao local, os suspeitos, um deles vestido com a farda do tenente, bateram no portão da casa e pediram para entrar. Nesse momento, mesmo já rendido, o policial gritou para alertar os moradores que se tratava de um assalto.
Os sequestradores deixaram o local com o tenente como refém, e os familiares do gerente acionaram a polícia, que contactou a esposa do policial, em Montes Claros.
De lá, a mulher passou a monitorar o caminho feito pelo carro do marido por meio de notas de pedágios e assim a polícia foi fazendo cercos nas rodovias próximas às cidades por onde o carro passava.
Abandono de refém e troca de tiros
Já na altura da divisa entre Betim e Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, policiais militares avistaram o carro do tenente sequestrado, e foi iniciada uma perseguição.
Durante a perseguição, os suspeitos chegaram a disparar pelo menos sete tiros em direção aos carros da PM, que não revidaram, visando proteger o refém.
Segundo a Polícia Militar, durante a perseguição, os policiais não sabiam que o refém era um policial. Além disso, de acordo com a PM, outro carro parecia estar dando suporte aos sequestradores, pois durante a perseguição, este veículo chegou a ser jogado sobre as viaturas, antes de deixar o local.
Os sequestradores abandonaram o carro com o refém dentro e entraram numa área de mata, levando a arma e o colete do policial sequestrado.
As equipes policiais fizeram um cerco por essa mata e, após troca de tiros, balearam os sequestradores, que morreram.
Agressões, ameaças e filmagens
De acordo com o policial resgatado, durante o sequestro ele foi espancado e ameaçado de morte. Além disso, os suspeitos teriam feito vídeos e fotos do policial e o obrigado a tomar comprimidos desconhecidos.
O policial resgatado se encontra em coma induzido na UTI de um hospital da região, em situação estável. Os médicos ainda buscam identificar a substância ingerida pela vítima.
De acordo com a PM, eventuais esquemas de proteção ao tenente sequestrado e aos seus familiares serão discutidos posteriormente.
Os suspeitos mortos ainda não foram identificados e a polícia investiga a participação de mais pessoas no crime.