Dois servidores da Universidade Federal de Juiz de Fora foram indiciados nesta quarta-feira (26/10) pelos crimes de assédio sexual, importunação e estupro, cometidos contra oito trabalhadoras terceirizadas dentro da instituição de ensino. Eles vão responder o processo judicial em liberdade.
O inquérito foi aberto em julho, após denúncias do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana (Sinteac). A investigação da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher concluiu que os servidores cometeram crimes contra a dignidade sexual das oito mulheres. Agora, o caso vai para a justiça.
Além do processo judicial, foi aberto, em maio, um processo administrativo disciplinar (PAD) na UFJF. Os dois acusados foram afastados preventivamente. Segundo a universidade, foram colhidos depoimentos e provas que serão usados para decidir se os servidores serão afastados permanentemente dos cargos. Uma comissão vai elaborar um parecer, e a decisão final cabe à reitoria.
Em nota, a UFJF afirmou que “tomou conhecimento da primeira denúncia no dia 23 de maio deste ano, por meio da Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas que, após realizar o acolhimento necessário, orientou as vítimas para que registrassem boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, visto a natureza das denúncias, e também para que buscassem serviços de saúde para atendimento e acompanhamento”.
A universidade esclareceu que o processo judicial e administrativo correm separadamente, mas que todas as provas colhidas pela instituição foram compartilhadas com as autoridades.
“A UFJF reforça seu papel fundamental no enfrentamento às múltiplas formas de violência contra as mulheres, combatendo veementemente qualquer agressão e coibindo e punindo todas as formas de violência de gênero em nossos espaços. Por meio de educação e sensibilização da comunidade acadêmica, criação de espaços de escuta, acolhimento e encaminhamentos, buscamos a construção de um ambiente seguro e democrático que não tolera violências e abusos sexuais e de gênero”, conclui a nota.
Os nomes e o setor onde os dois servidores trabalhavam não foram divulgados. As oito funcionárias continuam sendo acompanhadas e orientadas, de acordo com suas demandas individuais, segundo a UFJF.