O número de óbitos por Meningite Meningocócica em Minas Gerais apresentou um salto de 4 para 17 fatalidades, em relação ao ano passado, de acordo com os dados mais recentes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgados durante coletiva do secretário Fábio Baccheretti, nesta quarta-feira (26/10). Esse crescimento representa um aumento de 325% nas mortes pela doença no estado.
A meningite meningocócica do sorogrupo C é a mais prevalente no Brasil, mas com a vacinação massiva de anos atrás, o número de casos tinha caído consideravelmente. No entanto, o cenário parece estar se revertendo. Para efeitos de comparação, entre 2019 e 2021 o número de casos da doença caiu 77%, mas até o momento, faltando pouco mais de dois meses para o ano acabar, o diagnóstico voltou a crescer, de 17 para 51.
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A vacina poderá ser aplicada gratuitamente em postos de saúde do estado, a partir do dia 3 de novembro. A ampliação temporária da campanha tem como objetivo aumentar a proteção contra a doença, que, desde 2017, não atinge a meta de 95% de cobertura.
O que é Meningite Meningocócica?
Transmitida por um grupo de bactérias chamadas de meningococos, a meningite meningocócica causa uma inflamação na meninge, a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. Sendo mais letal e transmissível - sendo relacionada a grandes surtos e epidemias - do que outros tipos de meningite, como a pneumocócica.
“Meningite é uma doença que não se brinca, porque é extremamente grave e pode levar a criança a óbito em questão de horas”, afirma Roney Coimbra, infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), especialista em meningite.
Devido sua alta transmissibilidade, Roney explica que é importante vacinar todas as pessoas que tiveram, ou podem vir a ter, contato com um caso de meningite meningocócica. Crianças, Adolescentes e Idosos são considerados grupos de risco para a doença.
Letalidade e tratamento
A Letalidade implica que o início do tratamento deve ser imediato, apesar de não existir algo específico já que a evolução rápida torna a doença imprevisível. O tratamento é combater a bactéria com antibiótico adequado em um hospital.
Matar a bactéria pode não ser o suficiente. Ao matar o patógeno, o que resta dela pode causar uma segunda onda de resposta inflamatória que também pode ser letal para a criança. “É um equilíbrio muito delicado para o médico, pois ele precisa conter a infecção com o antibiótico terapia, mas precisa conter a inflamação também”, ressalta o infectologista.
Matar a bactéria pode não ser o suficiente. Ao matar o patógeno, o que resta dela pode causar uma segunda onda de resposta inflamatória que também pode ser letal para a criança. “É um equilíbrio muito delicado para o médico, pois ele precisa conter a infecção com o antibiótico terapia, mas precisa conter a inflamação também”, ressalta o infectologista.
No entanto, as sequelas da doença também são de gerar preocupações, entre elas estão: a surdez, a meningite é uma das principais causas de surdez adquirida na infância; alterações neurológicas, como paralisia cerebral e déficits cognitivos; amputação de membros; e cicatrizes na pele.
Sintomas
Entre os sintomas da doença, o infectologista explica que o mais óbvio é a rigidez na nuca, quando a pessoa não consegue encostar o queixo no tórax, não por dor, mas pela rigidez. Essa característica pode indicar um edema na meninge da medula.
Outros sintomas comuns são:
Outros sintomas comuns são:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Mal-estar;
- Náusea e vômitos;
- Confusão mental;
- Sensibilidade à luz;
- Dores intensas ou dores nos músculos, articulações, peito ou barriga;
- Manchas vermelhas na pele, parecidas com picadas;
- Respiração rápida;
- Calafrios.