A Polícia Civil de Minas Gerais afirmou nesta quarta-feira (26/10) que está investigando as acusações de abuso sexual feitas pela mineira Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, dada como desaparecida pela família. O caso ganhou repercussão após o pai da jovem pedir ajuda nas redes sociais para encontrar a filha, que foi para o país norte-americano em um programa de au pair - uma espécie de babá - e sumiu depois de começar a seguir a guru Katiuscia Torres, também conhecida como Kate A Luz.
Ainda pela internet, Letícia afirmou que não foi sequestrada por Kate, mas que decidiu cortar relações com os parentes devido a abusos frequentes que ela sofreu do pai quando era criança. O relato foi dado um dia depois de o genitor da mineira pedir ajuda no Instagram.
Em um vídeo publicado em sua conta, a jovem afirmou que os abusos aconteciam quando a mãe a deixava sozinha. “Quando eu era criança fui abusada pelo meu pai. Minha mãe sempre ia para a roça, e eu ficava com meu pai. Então, era nesse tempo que tudo acontecia. Ele abusava de mim sexualmente. Minha mãe chegava em casa, eu falava o que aconteceu e ela deixava para lá”, afirmou a jovem, acrescentando que encontrou apoio em Kat para lidar com a situação.
Vale mencionar que as publicações com ataques à família não convenceram a maioria dos internautas. Nos comentários, muitas pessoas acreditam que Letícia foi coagida, de alguma forma, a gravar os vídeos. Em relação às postagens em texto, foi levantada a suspeita de que as mensagens tenham sido escritas por Kat.
De acordo com a Polícia Civil de Minas, a denúncia está sendo investigada. “A Polícia Civil ouviu familiares e testemunhas e segue com a apuração dos fatos. Outros supostos ilícitos noticiados, e que não são de responsabilidade da PCMG, foram encaminhados para os órgãos compententes”, informou o órgão.
“Kate A Luz”
A blogueira, life coach e guru Katiuscia Torres, também conhecida como “Kate A Luz”, entrou na história ao ser mencionada pelo pai de Letícia Maia e amigos de Desirrê Freitas, outra mulher que foi dada como desaparecida pela família, nas redes sociais como a última pessoa que teria visto as jovens antes de desaparecerem. “Peço ajuda de todos pois estamos à procura da nossa filha Letícia Maia Alvarenga, 21 anos; a última notícia que temos foi que ela estava trabalhando para Kat Torres”, escreveu Cleider Castro Alvarenga, pai da jovem mineira.
No mesmo dia em que o pai de Letícia fez a publicação no Instagram, Katiuscia declarou que as meninas estavam bem. A mulher ainda afirmou que as jovens cortaram laços com suas famílias devido a relacionamentos abusivos.
Em relação às postagens em texto, foi levantada a suspeita de que as mensagens tenham sido escritas por Kat.
Desde então, a conta da coach foi desativada. Mas, nesta quinta-feira (20/10), Kat começou a usar as redes de Letícia para falar a respeito do caso. Durante uma live de uma hora de duração, a blogueira contou que, desde o início, as jovens não queriam aparecer e se envolver no caso.
“Eu sou debochada, faço piada, brinco que a gente fala lá que a Desirrê morreu. (...) Enfim, elas não queriam aparecer porque vocês estavam fazendo inferno na vida delas e queriam que as meninas fossem deportadas dos Estados Unidos, mas elas vieram para cá como turistas e têm visto para estarem aqui, elas não estão aqui ilegais. Então, elas não queriam dizer onde estavam e tudo mais porque elas queriam ter paz”, começou Katiuscia.
A mulher ainda afirmou que as acusações de tráfico humano começaram após Letícia ser “obrigada” a contar onde estava. Em publicações anteriores, prints de outros vídeos ao vivo mostraram a modelo pedindo que a mineira mostrasse onde estava para que as pessoas se tranquilizarem.
“Eu falei que se a Leticia aparecesse aqui, vocês não iam gostar dela, porque ela é debochada, é abusada. Eu falei. Letícia não gosta de ser mandada a fazer as coisas [...] Então, vocês ficaram obrigando a menina, Yasmin Brunet entrou na live e ficou: faz isso, faz aquilo [...] Como vocês puderam ver aí, vocês querem fazer a letícia fazer alguma coisa? Ela vai zombar com a cara de vocês, ela vai botar a cara dela, e rir da cara de vocês até. [...] Me acusando de tráfico humano porque a menina não queria mostrar o quarto. A menina falou com todas as letras do vocabulário: ‘Yasmin brunet, eu não quero mostrar, me deixa em paz’ [...] Agora vocês vão processar? Vamos ver quem ganha dinheiro em cima de quem [...] Eu quero um advogado vir aqui e querer me processar”, disse "Kate A Luz"