Pedir bênçãos e agradecer. Fiéis acordaram cedo para celebrar o dia de São Judas Tadeu, tradição do 28 de outubro, no santuário do bairro da Graça, Região Nordeste de Belo Horizonte. A cada duas horas uma missa era realizada, começando as solenidades à 0h e indo até as 22h. Ao longo de todo o dia, as pessoas mostraram toda sua devoção ao santo das causas impossíveis.
A comemoração deste ano foi ainda mais especial. Depois de dois anos de pandemia, os devotos de São Judas puderam voltar a ocupar a capacidade máxima do santuário e formaram grandes filas do lado de fora da igreja.
A comemoração deste ano foi ainda mais especial. Depois de dois anos de pandemia, os devotos de São Judas puderam voltar a ocupar a capacidade máxima do santuário e formaram grandes filas do lado de fora da igreja.
Para o pró-reitor do Santuário, padre Mário José Neto, a Covid-19 não intimidou a fé do povo, que não desanimou e retornou com ainda mais vigor. “O povo não desanima, e não é uma pandemia que irá desanimá-lo. Tivemos momentos difíceis, inclusive com o santuário ficando fechado, mas isso apenas fortaleceu a nossa fé no bem, e apesar de todo o mal, o povo agora está presente”, frisou.
À 0h, o pároco e reitor da igreja, Padre André Lage, celebrou a eucaristia pela primeira vez e apresentou a imagem do santo padroeiro que foi confeccionada pelo próprio Padre Mário.
A imagem será sorteada ao final do dia. Os fiéis puderam concorrer com um bilhete de R$ 5 e o dinheiro arrecadado será direcionado às obras de revitalização do santuário.
FÉ QUE QUEIMA
A festa de São Judas Tadeu é, historicamente, celebrada pelos católicos. Por volta das 5h30, o velário da arquidiocese foi aberto para aqueles que queriam fazer uma oração em um ambiente mais reservado, onde podiam acender uma vela e fazer a chama da fé ‘queimar’.
Marlene Rosa, de 66 anos, aposentada, esteve presente na festa nas primeiras horas depois de o sol raiar. Para ela, o dia foi de agradecer ao santo das causas impossíveis, a quem ela dedica a conquista do seu apartamento próprio. “Sofri muito para receber esse apartamento e pedi tanto essa graça a São Judas Tadeu. Demorou um pouquinho, mas ele atendeu. Agora, preciso agradecer mais ainda”, afirmou.
Acompanhada de sua filha Fernanda, de 21 anos, Marlene faz questão de ir pelo menos uma vez no mês ao santuário. Hoje, ela foi uma das fiéis que lotaram a igreja com sua fé. Padre Mário vê essa recepção do público com felicidade, observando a demonstração de força e amor dos católicos, sobretudo em tempos tão difíceis.
“É a valorização da persistência que precisamos ter nesse contexto de ódio e intolerância, que só pode ser combatida com a fé e o amor. O evangelho de Jesus Cristo é o amor e São Judas Tadeu deu a vida por esse amor”, afirma.
QUEM FOI SÃO JUDAS TADEU?
São Judas Tadeu foi um dos doze apóstolos e primo de Jesus Cristo. Nascido na Galileia, pregou a doutrina do Divino Mestre, sendo vítima de perseguições na Judeia, Samaria, Idumeia e na Mesopotâmia, onde trabalhou convertendo pessoas ao cristianismo.
As sagradas escrituras contam que São Judas Tadeu foi um dos discípulos a quem Jesus apareceu depois da ressurreição. E desde os ‘os primeiros tempos’, o santo ficou conhecido como o patrono das grandes necessidades e causas urgentes.
As sagradas escrituras contam que São Judas Tadeu foi um dos discípulos a quem Jesus apareceu depois da ressurreição. E desde os ‘os primeiros tempos’, o santo ficou conhecido como o patrono das grandes necessidades e causas urgentes.
Pesquisadores acreditam que o santo foi morto por volta do ano 70, martirizado junto com São Simão, em 28 de outubro, na Pérsia. Os restos mortais atribuídos a São Judas estão sepultados no Vaticano, no transepto esquerdo da Basílica de São Pedro.
*Estagiário sob supervisão