Pedro Henrique Dias Soares morreu assassinado, aos 28 anos, durante uma comemoração após o resultado das eleições presidenciais nesse domingo (30/10), no Bairro Nova Cintra, Região Oeste de Belo Horizonte. Muito querido por amigos e familiares, ele chegou a ser socorrido para o Hospital João XXIII.
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Formado em direito, trabalhador e muito querido por 'todos que o conheciam', Pedro era namorado da melhor amiga de Marcela e foi assim que a amizade surgiu. "Ele era um cara muito alegre, que detestava animosidade, não gostava de briga. Ele era namorado da minha melhor amiga, a Dafne. A relação deles já tinha pelo menos dois ano", conta.
Mineiro, atleticano e fã de uma 'resenha', uma das suas atividades preferidas era se reunir com amigos em botecos. "Ele era muito do boteco. Adorava bater papo, assistir futebol, ele era atleticano. Gostava de uma resenha e de churrasco. Tudo que fosse para reunir as pessoas ele gostava. Não conheço ninguém que não gostava do Pedro, um cara com muitos amigos", diz.
Embora formado em direito, ele não atuava na área e queria expandir o conhecimento em outros meios de trabalho. "Ele estava meio desanimado com o direito, mas sempre conversávamos sobre isso, porque eu também estou me formando no curso agora. Ele trabalhava em uma fábrica de laticínios. Sempre gostou de trabalhar bastate."
Crime motivado por política
Há suspeitas de que o crime foi motivado por questões políticas. O homem que foi detido pela Polícia Militar seria eleitor de Jair Bolsonaro (PL). Com ele, foram apreendidas duas armas carregadas e uma faca.
Com ideias mais progressistas, Pedro Henrique era eleitor de Lula (PT), mas, segundo Marcela, ele acreditava que algo ainda poderia mudar e escolheu votar em Ciro Gomes no 1° turno. Sem a vitória do candidato, ele escolheu o petista pelos ideais.
"Mesmo sendo um cara declarado de esquerda, ele tinha amigos bolsonaristas e vivia bem com todos, nunca brigou com nenhum deles. Ele falava que a gente não pode ter inimigo por causa de nada, gostava de estar bem com todos. Mas não tinha nenhuma atividade política, ele não era petista, votou só no segundo turno, porque no 1° ele escolheu o Ciro. Mas, por acreditar nos direitos humanos e respeito ao próximo, no 2° turno ele votou Lula, justamente por esses ideais. Não era nada partidário", conta Marcela.
Abalada pela perda do amigo, ela deixa uma mensagem. "Fica de lição que a nossa situação hoje, de tanto ódio, até mesmo pessoas tranquilas e amorosas, como o Pedro, podem ser afetadas. É uma tragédia. Qualquer pessoa que perguntar sobre o Pedro, vai falar a mesma coisa, ele era incrível", finaliza.