O coletivo LGBTQIA+ de Passos, no Sul de Minas, organizou um protesto nesta terça-feira (1/10) em frente à prefeitura da cidade. Vestidos de preto, cerca de 300 manifestantes pediam a criação de um conselho LGBTQIA+ no município para combater o preconceito após a publicação de um áudio com discurso de ódio por uma adolescente de 16 anos da região.
O áudio, divulgado no Instagram da garota em 30 de outubro, dia da eleição presidencial, ataca um grupo eleitores passenses Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
“Pior raça. Tinha um bando de veado, preto, nojento, com o cabelo todo colorido e cheio de piercing na cara, naquela reuniãozinha do capeta na frente do Borogodó”, diz o post.
Empunhando faixas, cartazes e bandeiras arco-íris, os manifestantes discursaram em caixas de som, cantaram e pediram paz, num movimento pacífico.
“Passos precisa de um conselho para que a gente observe e ensine as nossas crianças e adultos que a sexualidade não é um erro: cada um nasce de uma forma”, defendeu o jornalista e estudante de Publicidade e Propaganda Lucas Schanderli Ferri, um dos participantes do protesto.
"Os conselhos, em geral, são uma ponte entre a comunidade e os vereadores na criação das leis. Existe o Conselho da Mulheres, o Conselho dos Portadores de Deficiência, mas estão barrando o Conselho LGBTQIA+ com esse discurso raso que é o de defender a família, dizendo que nós somos nocivos para eles, como se nossa sexualidade influenciasse suas famílias”, complementou.
Carlos Tato Reis, advogado, Conselheiro da OAB/Passos e membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígenas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, de manifestou sobre o áudio preconceituoso.
“Ficamos muito tristes ao tomar conhecimento dos comentários racistas e homofóbicos atribuídos à adolescente. Lutamos todos os dias para acabar com a desigualdade racial e qualquer manifestação de discriminação das minorias. Que a manifestação de hoje seja o início de um movimento unificado e capaz de cobrar do poder público a execução de medidas afirmativas e inclusivas”, comentou.