Jornal Estado de Minas

REVOLTA

"Chegava e contagiava todo mundo", diz tio de menina baleada após eleições


A família da adolescente Luana Rafaela, de 12 anos, baleada na noite do último domingo (30/11), após o resultado das eleições presidenciais, pede justiça pela menina. Além dela, Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, também morreu após ser atingido pelos tiros.





 

“Era uma menina sorridente, gostava de brincar. É uma dor que está machucando. Dói muito mesmo. Era uma menina que quando chegava, contagiava todo mundo. A lembrança que a gente quer agora é a do sorriso dela”, disse o tio da adolescente, Rafael Alves.

 

Amigos e familiares da jovem vestiram blusas com o rosto da adolescente como forma de homenagem. Cartas de despedidas e cartazes foram expostos pelos colegas de turma da menina durante o velório.

 

“Esperamos justiça. Só o silêncio de todos que estão aqui diz tudo. Ele (o suspeito) é um cara covarde. Sair do beco e dar tiro, simplesmente o cara destrói uma família. Estamos de coração partido”.

 

 

Indianara Júnia é prima da menina e tem uma filha na idade de Luana. Agora, ela pede justiça e quer que o suspeito do crime continue preso.

 

“As pessoas estão muito ruins. Esse crime não tem explicação, não tem justificativa. Só quero justiça. A gente se coloca no lugar da mãe”.  

 

 

 

Luana está sendo velada na manhã desta sexta-feira (4/11), em uma igreja no Bairro Madre Gertrudes, Região Oeste de Belo Horizonte. O enterro está marcado para o início da tarde, no Cemitério da Paz.





 

A missa de sétimo dia de Pedro também será hoje e está marcada para às 19h, no Bairro Salgado Filho, Região Oeste da capital. Na ocasião, a família vai com camisas pedindo justiça.

 

 

 

Tiros após eleição

 

crime aconteceu no bairro Nova Cintra, Região Oeste da capital, depois do resultado das eleições presidenciais, no último domingo (30/11).

 

Além da adolescente e de Pedro Henrique, outras três pessoas foram baleadas. 

 

O suspeito, de 36 anos, confessou o crime e disse à polícia que atirou de forma aleatória. Com ele, foram apreendidas duas armas carregadas e uma faca.

 

Há suspeitas de que o crime foi motivado por questões políticas. O homem que foi detido pela Polícia Militar seria eleitor de Jair Bolsonaro (PL).