A mãe de um menino autista denunciou um caso de agressão dentro da Escola São Tomás de Aquino, no bairro São Bento, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo os relatos da mãe, o menino foi espancado dentro de sala de aula e foi acordado com um banho de água.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, a mãe do menino chorava bastante. Dentro de um carro, para que os filhos não pudessem vê-la, ela contou que a criança está em crise desde o início do ano. Em um domingo de setembro, o filho chegou a tentar o suicídio para não ir para a escola no dia seguinte.
“Eu gostaria que todas as mães se sensibilizassem com o meu sofrimento e me ajudassem de alguma forma. Eu quero justiça”.
O caso aconteceu na última terça-feira (1º/11). Ainda de acordo com a mãe do menino, ela recebeu apenas um e-mail da instituição e que a direção da escola não entrou em contato com a família. “Extremamente relapsa a direção. Eles não se importam com os alunos, muito menos com os alunos especiais”.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que está investigando o caso. Nos próximos dias, os envolvidos serão ouvidos para prestar esclarecimentos.
No perfil da instituição de ensino nas redes sociais, muitas manifestações de repúdio. "Queremos saber como será tratado o caso de agressão ao aluno autista?", questionou uma internauta. "Do que adianta uma estrutura grande, se as principais necessidades não são prioridade!!! Que os valores ensinados, o respeito e as diferenças sejam sempre a prioridade!!!", comentou outra seguidora.
A Escola São Tomás de Aquino publicou uma nota sobre o caso. Veja na íntegra:
"Nota de Posicionamento
A Escola Santo Tomás de Aquino identificou e apurou os fatos do episódio de conflito ocorrido entre dois alunos. Os responsáveis pelos estudantes foram contactados pela Instituição e as questões necessárias endereçadas imediatamente. De igual forma, foram definidas as medidas disciplinares cabíveis de acordo com a aplicação do regimento interno da Escola e do que reza a legislação vigente no tocante à proteção dos direitos da criança, do adolescente, e de ambos os alunos.
A ESTA lamenta o episódio ocorrido na Instituição, que ao longo de seus 68 anos de tradição acolheu outros estudantes neurodiversos e sempre prezou por oferecer o acompanhamento adequado. A Escola afirma que, conforme alinhado previamente com os responsáveis pelo aluno, disponibilizou ao longo de todo o seu percurso educacional, o apoio necessário para seu desenvolvimento pedagógico, e que seguirá oferecendo todo suporte para a família, bem como a manutenção dos canais de diálogo, valor fundamental da Instituição. A Escola reitera ainda que tomou todas as medidas iniciais necessárias e segue apurando todos os detalhes, acompanhando de perto as rotinas dos alunos, a fim de garantir a integridade de todos que convivem sob a sua tutela.
Reiteramos que nossa Instituição é atenta às questões emocionais dos seus alunos e oferece em seu plano de ensino uma série de programas específicos com esse propósito.
Mais uma vez, ressaltamos que o nosso compromisso em “educar para a vida” pressupõe o cuidado com todos os nossos alunos, sem exceção ou distinção, em suas diversas esferas: físicas, cognitivas, emocionais e sociais, e que seguiremos zelando por cada estudante da nossa escola, conforme a tradição dos nossos 68 anos de história.
Continuamos contando com a confiança das famílias que escolheram a ESTA para contribuir com a formação integral dos seus filhos e agradecemos a parceria de sempre, em todos os momentos.
Reforçamos, ainda, que a Direção da ESTA permanece totalmente à disposição pelos canais oficiais de contato e aberta para o diálogo com as famílias."