Jornal Estado de Minas

MORTE DO EX-ATOR

Conheça a Igreja Batista da Lagoinha, onde Guilherme de Pádua era pastor

Logo depois de sair da prisão, no Rio de Janeiro, pela morte da atriz Daniella Perez, Guilherme de Pádua voltou para Belo Horizonte e se tornou membro da Igreja Batista da Lagoinha. Em 2017, o ex-ator concluiu cursos para a formação de pastores e, logo depois, virou pastor da igreja.





 

A Igreja Batista da Lagoinha foi fundada em Belo Horizonte, em 1957. Segundo o site da instituição, o foco é promover e contribuir com o desenvolvimento pessoal e social, por meio de projetos que se destinam à ressocialização, ao atendimento jurídico gratuito, à capacitação profissional, assistência espiritual, psicológica e familiar. Estes projetos são viablizados pelos mais de 200 ministérios que funcionam ligados à matriz.

Guilherme liderava o chamado “Ministério do Recomeço”, que, segundo a igreja, atua dentro e fora dos presídios da capital mineira e Região Metropolitana de Belo Horizonte, dando apoio social, jurídico e psicológico para os presos. Além disso, com o ministério, De Pádua trabalhou em projetos de profissionalização e reintegração social.

 

Ainda de acordo com a igreja, o objetivo do ministério é falar da Palavra de Deus aos detentos, ministrando, por meio de voluntários, curso para batismo com estudos bíblicos semanais, implantando células dentro das celas, auxiliando em projetos de profissionalização e promovendo o Seminário Teológico Carisma.





 

“Com a presença atuante da igreja no sistema prisional, percebe-se como o Evangelho tem o poder de transformar um local e as pessoas que nele vivem”, diz a página do ministério.

 

Em nota, a igreja informou que antes de liderar o “Recomeço”, Guilherme era voluntário em outras áreas, lidando com os desprezados e marginalizados.

 

“Em sua caminhada como pastor, Guilherme viveu longe dos grandes púlpitos. Não era visto pregando para multidões, mas atuava diariamente nas mais diversas obras com aqueles que a sociedade, muitas vezes, prefere jogar para escanteio. Guilherme testemunhou a possível transformação que há em Jesus, O recomeço reservado para todos aqueles que nele creem”.

O crime

Guilherme de Pádua interpretou o motorista Bira na novela De Corpo e Alma, da TV Globo, em 1992. Seu personagem fazia par romântico com Yasmin, vivida pela atriz Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. No decorrer das gravações, Pádua assassinou a colega de elenco com a ajuda da ex-mulher, Paula Nogueira Thomaz. 





As investigações da época dão conta de que Guilherme teria ficado insatisfeito com a diminuição de seu papel na novela, enquanto Paula demonstrava ciúmes pelas cenas de Daniella com o ator.

 

Após armar uma emboscada para a atriz em um posto de combustíveis, o casal a levou para um matagal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e desferiu pelo menos 20 golpes de punhal. O crime ocorrido em 28 de dezembro de 1992 chocou todo o país.

A morte

A morte de Guilherme de Pádua foi compartilhada, inicialmente, pelo pastor Márcio Valadão em uma transmissão ao vivo. O ex-ator estava em casa, na capital mineira, quando teve um infarto e morreu





 

“É um moço que a sociedade não compreende, porque ele praticou aquele crime tão terrível da Daniela Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Era uma lagarta e virou borboleta. Dentro de casa, caiu e morreu. Morreu agorinha. Acabou de morrer”.

 

Guilherme estava casado com a estilista Juliana Lacerda desde 2017. Antes, manteve união de oito anos, de 2006 a 2014, com a gestora de TI Paula Maia. O ex-ator tem um filho, Felipe Thomaz, fruto da relação com Paula Thomaz. Quando Daniella Perez foi morta, a primeira esposa do ator estava grávida de quatro meses.

 

Guilherme de Pádua será velado nesta segunda-feira (7/11), às 10h30, na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. De lá, familiares e amigos devem seguir para o sepultamento, marcado para o início da tarde, no cemitério Parque da Colina.