A manifestação contou com cerca de 20 caminhões-reboque, que saíram do Viaduto São Francisco, na Pampulha, em direção ao Fórum Lafayette, onde ocorre a primeira audiência do caso. No local, os motoristas fizeram um buzinaço.
Kennedy Larson, de 28 anos, é motorista de guincho e era colega de trabalho de Anderson. Segundo ele, a vítima era uma pessoa alegre. "Ele estava sempre de bom humor, não tinha tempo ruim para ele. Tava sempre rindo, brincando, fazendo as palhaçadas dele", relembrou.
De acordo com Kennedy, a ideia da passeata surgiu de uma mobilização dos amigos e colegas de trabalho de Anderson, que se indignaram com o caso. "O guincho é o seguinte, mexeu com um, mexeu com todos. Se tirarem um do nosso meio, nós vamos correr atrás de justiça", afirmou Kennedy. "Nós vamos fazer barulho, fechar essa avenida, atrás de justiça", completou Larson.
De acordo com Kennedy, o movimento não quer vingança e sim justiça. "Quero que a justiça seja feita da maneira correta, é só isso que a gente pede. Não é vingança, é justiça", finalizou.
Relembre o caso
No dia do crime, o delegado Rafael de Souza Horácio, que estava em uma viatura descaracterizada juntamente com outro policial, alegou que Anderson o “fechou” com seu caminhão por duas vezes causando perigo para quem trafegava na via e que, posteriormente, teria jogado o veículo na direção do delegado, que havia descido do carro, e da viatura.
Rafael disse, então, que ele e o outro policial presente exigiram que Anderson Melo descesse do veículo, mas que o motorista não acatou a ordem e acelerou na direção deles. O delegado então sacou a arma e atirou contra o pára-brisa do caminhão, acertando Anderson no pescoço.
O motorista foi socorrido e passou por cirurgia, mas morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.
Apesar da alegação do delegado, a juíza sumariante do 1º Tribunal do Júri de BH, Bárbara Heliodora Quaresma Bomfim, destacou a “irracionalidade e violência do crime apurado” e do autor ser uma “autoridade pública”.
Além disso, Rafael de Souza Horácio conta com 16 registros por infrações penais e administrativas na Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que durante o tempo em que estiver respondendo ao processo, o delegado está afastado de suas atividades, mas permanece como servidor do estado.