Mais de quatro meses após a quarta dose da vacina contra a COVID ser disponibilizada para pessoas com mais de 40 anos em Belo Horizonte, a cobertura do reforço segue baixa, e o público-alvo, estagnado. Mesmo com a chegada de nova subvariante da Ômicron no Brasil, não há previsão de ampliação da população apta a receber o reforço do imunizante, e especialistas alertam para a necessidade de aumentar a proteção contra o vírus.
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O Ministério da Saúde, por sua vez, destaca que a Câmara Técnica Assessora em Imunizações mantém as discussões referentes às alterações do esquema vacinal para novos grupos. Não há informações sobre novas remessas de doses nem previsões para recomendar a ampliação do público apto a receber o reforço vacinal.
A subvariante BQ.1, da linhagem da Ômicron, já registra transmissão no país. Na terça-feira (8/11), uma mulher de 72 anos foi a primeira vítima da nova cepa. Ela tinha comorbidades e estava internada em São Paulo-SP. Segundo a PBH, a cidade ainda não registrou casos da nova subvariante.
De acordo com o infectologista e professor emérito da Faculdade de Medicina da UFMG Dirceu Greco, o cenário preocupa, e a ampliação da imunização seria necessária para mitigar efeitos da chegada de novas variantes.
“Essa não é uma expectativa pessimista, é uma expectativa realista: devemos ter uma expansão desses casos a partir deste mês. Ainda não sabemos como as variantes que já estão sendo detectadas em outros países vão se comportar no Brasil, mas o momento é de pressionar para comparar doses e ampliar o acesso e termos um esforço de imunização”, aponta.
Greco ressalta que seria importante que mais pessoas já estivessem imunizadas para que não fosse necessário correr atrás da sorte com novas variantes já disseminadas. Ainda assim, é necessário que as pessoas compareçam aos pontos de vacinação para se proteger e tomar outras medidas para reduzir a incidência de novos casos.
“As pessoas têm que exercer o direito de ser vacinadas. Quanto mais acentuado for o processo de vacinação para as pessoas, melhor. Além disso, é preciso ter cuidados, porque virou festa, e as pessoas não estão mais se preocupando, nem em avião nem outros locais fechados”, avalia.
Coronavírus em BH
De acordo com boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (9/11), Belo Horizonte registrou 330 novos casos na última semana. No mesmo período, duas pessoas morreram na cidade em decorrência da doença.
Desde o início da pandemia, em 2020, 450.176 casos de COVID foram diagnosticados em BH, e 8.246 pessoas morreram com a doença.
Em relação à imunização, 89,6% dos moradores da capital com mais de 12 anos já receberam, ao menos, a terceira dose da vacina. Entre crianças de 5 a 11 anos, 65% já receberam a segunda dose, e, entre moradores de 3 e 4 anos, 23,9% estão imunizados.