A Justiça adiou o depoimento do delegado de Polícia Civil, Rafael de Souza Horácio, que matou, com um tiro, o motorista de caminhão-reboque Anderson Cândido de Melo, no dia 26 de julho, na avenida do Contorno, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, após uma discussão de trânsito, para o próximo dia 29 de novembro.
De acordo com a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, onde a audiência está sendo realizada, o interrogatório de Rafael Horácio foi adiado para acontecer após a reconstituição do crime, que já tem data marcada, mas que não foi divulgada por ser segredo de justiça.
O delegado está preso desde o último dia 30 de julho, na Casa de Custódia da Polícia Civil de Minas Gerais, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte.
Audiência definirá se delegado irá a júri popular
A audiência, primeira do caso, ontem (9/11) e hoje (10/11), acontece para definir se Rafael de Souza Horácio será levado ou não a júri popular, mecanismo para julgar determinados crimes de interesse social. Nesse tipo de audiência também é possível definir a absolvição do réu, caso este apresente provas que atestem sua inocência.
Testemunhas já foram ouvidas
Ainda de acordo com a equipe de comunicação do Fórum Lafayette, as escutas de testemunhas foram encerradas na tarde desta quinta-feira. No total, foram ouvidas oito testemunhas de acusação, todas ontem, e seis de defesa, sendo uma ontem e cinco hoje. Inicialmente seriam sete de defesa, mas uma delas foi dispensada.
Relembre o caso
No último dia 26 de julho, o delegado Rafael de Souza Horácio, que estava em uma viatura descaracterizada juntamente com outro policial, alegou que Anderson o “fechou” com seu caminhão por duas vezes causando perigo para quem trafegava na via e que, posteriormente, teria jogado o veículo na direção do delegado, que havia descido do carro, e da viatura.
Rafael disse, então, que ele e o outro policial presente exigiram que Anderson Melo descesse do veículo, mas que o motorista não acatou a ordem e acelerou na direção deles. O delegado então sacou a arma e atirou contra o pára-brisa do caminhão, acertando Anderson no pescoço.
O motorista foi socorrido e passou por cirurgia, mas morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.
Apesar da alegação do delegado, a juíza sumariante do 1º Tribunal do Júri de BH, Bárbara Heliodora Quaresma Bomfim, destacou a “irracionalidade e violência do crime apurado” e do autor ser uma “autoridade pública”.
Além disso, Rafael de Souza Horácio conta com 16 registros por infrações penais e administrativas na Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que durante o tempo em que estiver respondendo ao processo, o delegado está afastado de suas atividades, mas permanece como servidor do estado.