Salinas, no Norte de Minas, popularmente conhecida como "capital da cachaça", foi a cidade brasileira com maior volume de chuvas registrado nas últimas 24 horas, o que acarretou muitos prejuízos à população.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o município acumulou 142,2 milímetros entre 19h30 de terça-feira (15/11) e 8h desta quarta-feira (16/11),
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o município acumulou 142,2 milímetros entre 19h30 de terça-feira (15/11) e 8h desta quarta-feira (16/11),
O órgão alerta que a previsão é de mais temporais para a região ao menos até sábado (19/11) devido aos efeitos da Zona de Convergência do Atlântico Sul (Zcas), faixa de nebulosidade que se estende desde o sul da região amazônica até a região central do Atlântico Sul
Segundo a Defesa Municipal de Salinas, o temporal também castigou a cidade nessa terça-feira (15/11). Em cerca de uma hora, das 19h30 às 20h30, foram registrados na cidade 137 milímetros de chuva, ou seja, mais de 65% da média histórica da região para o mês de novembro novembro, que é de 210 milímetros.
O tempo chuvoso não chegou a fazer vítimas, mas causou muitos estragos, como a inundação de casas e ruas, além de danificar ruas e atingir a rede água e a tubulação de esgoto da localidade.
Ao longo desta quarta-feira, equipes da Defesa Civil e do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da Prefeitura de Salinas percorreram diversos bairros para levantar os danos da chuva.
De acordo com o coordenador de Defesa Civil do município, Richarley Viana Dias, até as 17h desta quarta-feira, em 37 casas, os moradores sofreram prejuízos como perda de colchões, fogões, geladeiras e eletrodomésticos.
Na noite de terça-feira, sete famílias ficaram desalojadas depois que suas moradias foram invadidas pela água e tiveram que ir para a residência de familiares. Nesta quarta, puderam retonar .
Os bairros mais atingidos foram Santo Antônio, Sílvio Santiago, Betel e Nova Esperança. Com o excesso de chuvas em pouco tempo, os córregos Silvio Santiago, Betel e Nova Esperança transbordaram.
A enchente também arrancou o calçamento de ruas, danificou o asfalto e redes de água e de esgoto da Copasa. Os prejuízos financeiros ainda estão sendo levantados pela prefeitura.
INMET FAZ ALERTA SOBRE TEMPORAIS
Segundo o meteorologista Claudemir Azevedo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Minas Gerais, as fortes chuvas registradas em Salinas foram provocadas pelo sistema denominado Zona de Convergência do Atlântico Sul (Zcas).
“Isso se deve a atuação de uma frente fria no litoral do Sudeste e a um corredor de umidade que vem da região Amazônicas. Como consequência, temos muitas chuvas em um corredor de umidade. Aí, as fortes chuvas ocorrem em forma de pancadas, que trazem à transtornos, exemplos de alagamentos, elevação do nível dos córregos e também deslizamentos de encostas”, afirma Azevedo.
Ainda segundo o especialista, nos próximos dias, a Zcas deve pairar sobre o Norte de Minas, no Vale do Jequitinhonha, em toda faixa Leste do estado, além do Vale do Aço, do Noroeste mineiro e na Região Central do estado (região de Três Marias. “Vamos continuar com chuvas abundantes até sábado (19/11)”, informa o meteorologista do Inmet.
Claudemir Azevedo ressalta, por fim, que os temporais registrados no Norte do estado, no Vale do Jequitinhonha e em outras regiões mineiras atualmente se assemelham ao grande volume pluviométrico que caiu nas mesmas regiões do estado no final do ano passado e que deixou muitas cidades em situação da calamidade pública, com centenas de desabrigados.
Salinas foi uma das cidades mineiras mais castigadas pelo excesso de chuvas do final de 2021. No dia 27 de dezembro do ano passado, após os temporais, o Rio Salinas transbordou e inundou o Centro comercial e vários bairros da cidade, provocando sérios prejuízos ao comércio e deixando cerca de 2,7 mil pessoas desalojadas e desabrigadas no município, onde foi decretado estado de calamidade pública.
Outra cidade mineira devastada pelos temporais no final de 2021 foi Machacalis, no Vale do Rio Doce, onde cerca de 35 mil moradores (metade da população) ficaram desabrigados.