Após 14 longos anos em restauração, o Palácio D'ouro, em Ouro Preto, Região Central do estado, reabriu suas portas à visitção.
O imponente casarão comercial, que remete ao auge na mineração no Brasil, erguido antes mesmo da cidade histórica, fica na Travessa das Lajes.
Foram 14 anos de muita persistência da família Toledo para que as obras de reforma seguissem fieis à construção orioginal. A construção foi adquirida pelo clã em 2008.
“Foi um processo tão longo, envolveu tantas coisas, que mesmo estando com o Palácio aberto, funcionando, recebendo pessoas, parece que ainda não está pronto”, relata, orgulhosa, Anna Toledo.
A história dos Toledo com o Palácio começou em 1950, quando o avô de Ana, José Lucas de Toledo, que era sapateiro, trabalhou cuidando dos jardins e dos móveis da casa. Aproximadamente 60 anos depois, o avô e o pai, Edson de Toledo, tiveram a oportunidade de comprar o imóvel.
Ana conta que a casa estava muito deteriorada. "Foi necessário restaurar toda a estrutura dos telhados, substituir as madeiras por madeiras de fazendas de demolição, as paredes, o assoalho, forro... Material, mão de obra, tudo foi muito difícil de encontrar. Alguns de nossos profissionais vieram de fora de Ouro Preto e tivemos de capacitar outros, por isso a demora”, explica.
Conseguir o grande volume de recursos necessário à reforma foi outro desafio da família. “É um investimento privado, fruto do trabalho de toda a família”, destaca a proprietária.
O ex-secretário de Cultura e Patrimônio de Ouro Preto, Zaqueu Astoni, ressalta que o Centro Cultural Palácio D’Ouro revela a grandiosidade da exploração mineral em Ouro Preto. “Seria uma casa do período colonial que engloba, também, grande complexo minerário ao seu entorno com diversas minas, com o processo do beneficiamento do ouro, processo esse que está completamente recuperado junto ao Palácio D’Ouro”, explica.
O PALÁCIO NO MODERNISMO
Zaqueu revela algumas curiosidades sobre o Palácio D’Ouro. Segundo ele, quando a casa pertencia aos antigos moradores, diversos artistas que passavam por Ouro Preto faziam pouso ali.
"Destaco que esteve no casarão Vinícius de Moraes, e existe uma história que ele tentou comprar o casarão! O pintor Carlos Bracher, que é residente na cidade de Ouro Preto, Tarsila do Amaral, Scliar e o pintor Guignard, que inclusive pintou alguns objetos, portas e janelas junto a casa”, conta.
PALÁCIO
Manter os sistemas construtivos dos séculos XVIII e XIX foi uma grande preocupação da família. No Palácio D'Ouro, todas as paredes internas da casa são em pau a pique.
Os jardins e mirantes são encantadores. “Estamos em um dos pontos mais altos da cidade, de onde conseguimos ver todo o centro histórico da cidade de Ouro Preto” afirma orgulhosa Anna Toledo.
CONHECENDO O PALÁCIO
O Palácio D’ouro é uma casa colonial com decoração entre os séculos XVIII e XIX, decorada com objetos e os mobiliários caracteríticos da época.
A própria geologia de Ouro Preto forma mirantes belíssimos no palácio. Dois deles contam um pouco de dois personagens históricos: os Mirantes do Visconde de Caeté e do Barão de Saramenha.
Dos seus primórdios e fruto de sua exuberância, o Palácio D’ouro é rodeado por minas. Um exemplo é a Mina do Paschoal, que acreditam ter começado a ser explorada no início do século XVIII, seguindo até o século XIX.
Inspirado em jardins europeus com marcações geométricas, o paisagismo do Palácio possui uma grande variedade de plantas, árvores e frutos.
As senzalas do Palácio D’Ouro têm o objetivo de ressignificar a história do negro escravizado no Brasil, além de valorizar a cultura deixada por eles e ajudar a difundi-la, segundo os proprietários.
Já as seteiras, pequena abertura nas muralhas pela qual se arremessavam setas contra os inimigos, são espaços para proteção da Casa Principal.
Para quem ficou com vontade de garimpar ainda mais a história de Minas Gerais e do Brasil, saiba os horários e valores para conhecer o Palácio D’Ouro.
VISITAÇÃO
HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO
Segunda a domingo, das 8h30 às 17h30.
VISITAÇÃO GUIADA
Segunda a domingo, a partir das 9h.
INGRESSOS
O valor dos ingressos varia entre R$40,00 e R$100,00
GRATUIDADE
Crianças até 7 anos e 11 meses
MEIA-ENTRADA COM COMPROVANTE
- Estudantes;
- Idosos (60 anos ou mais);
- Jovens pertencentes a famílias de baixa renda (15 a 29 anos);
- Pessoa com deficiência;
- Professores das Redes Públicas Municipais e Estaduais de Ensino de MG.