Jornal Estado de Minas

VACINAÇÃO

COVID-19: ausência de CoronaVac em BH preocupa pais de crianças

Pais que levaram os filhos aos postos de saúde de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (17/11), para se vacinar contra a COVID-19 não obtiveram sucesso. O motivo está relacionado à falta de doses de CoronaVac, vacina que vem sendo aplicada como primeira e segundo doses para a faixa etária de 3 e 4 anos. 





A dona de casa Pâmela Camila, de 29 anos, informou que, desde setembro, não consegue a segunda dose para a filha Luiza Pires Alves, de quatro anos. “Ela tomou a vacina pela primeira vez no dia 9 de agosto e, por isso, o retorno estava marcado para o dia 6 do mês seguinte. Porém, quando chegamos ao posto de saúde, me avisam que o imunizante está em falta”. 



A mulher ainda disse que, inicialmente, buscou a vacina no Centro de Saúde localizado no Bairro Taquaril, na Região Leste de BH, onde ela mora com a família, mas, por causa da ausência do imunizante, resolveu ir ao Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Bairro Sagrada Família. “Quando cheguei aqui, me disseram que não tinha em nenhum posto de saúde da cidade e não há previsão para o abastecimento de novas doses”. 

A situação é preocupante para mãe de Luiza, pois, segundo a mulher, com o crescimento da  onda de COVID-19, é muito importante que a criança esteja imunizada. “Levo minha filha, pois sei que é uma forma de protegê-la e, com o avanço da pandemia, fico com muito medo”, disse. 





Pâmela Camila, desde setembro, tenta imunizar a filha, Luiza Pires, de quatro anos, com a segunda dose, mas não consegue achar a CoronoVac nos postos de saúde (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
A assistente social Camila Simpson, de 30 anos, também não conseguiu que o filho Miguel Augusto da Rocha, de quatro anos, tomasse a primeira dose da vacina. “Com o crescimento de casos de COVID e internações, estou preocupada. Por isso, levei ele para receber a imunização”. Ainda de acordo com ela, a criança tem quadro de alergia e a aplicação da vacina seria uma forma de aumentar a imunidade dele contra o vírus. 

Ela afirma que há dois meses, quando levou Miguel para receber o imunizante contra febre amarela, ainda tinha CoronaVac no Centro de Saúde São Geraldo. “Não quis dar as duas vacinas simultâneas, pois não sabia como ele iria reagir”. A assistente social ainda contou que, segundo a enfermeira do posto, as doses acabaram na semana passada. 
 
Apesar de não encontrar a vacina, na manhã desta quinta-feira (17/11), ela informou que, há dois meses, havia CoronaVac, no Centro de Saúde São Geraldo, na região Leste de BH (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
 

Vacinas deverão chegar na próxima semana

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), informou que a carência da CoronaVac na capital mineira está ligada à falta de repasses do Ministério da Saúde. “Se por algum motivo alguém tenha perdido a data da vacinação, é necessário chegar novas remessas, do Ministério da Saúde, para concluir o esquema vacinal. Assim que as doses chegarem ao município, os públicos serão novamente convocados”.





Além disso, o órgão público reafirmou a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata aplicação da vacina. Ainda segundo a PBH,  a aplicação da segunda dose depois dos 28 dias não compromete a eficácia da vacina.   
 
A secretaria do Estado de Saúde (SES-MG), por sua vez, alegou que o Ministério de Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações, prevê entregas de novas remessas de CoronaVac até a próxima semana.

O Estado de Minas entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber o prazo de envio, mas, até o fechamento desta reportagem, não houve resposta. 

Cobertura vacinal das crianças 

Conforme o levantamento do Boletim Epidemiológico de BH, 51.203 crianças de 3 e 4 anos já tomaram a primeira dose da vacina, o que representa 25% desse público na capital mineira. 

Em contrapartida, segundo o Boletim Epidemiológico de Minas Gerais, divulgado pela SES-MG, nesta quinta-feira (17/11), somente 2,9% de todos os 3.886.775 casos confirmados da doença, desde o começo dos registros pandêmicos, são referentes a crianças de 1 a 9 anos, em que, evidentemente, incluem-se crianças de 3 e 4 anos. Isso significa que, menos de 3% dos casos confirmados incluem pequenos dessa faixa etária. O risco de infecção é, portanto, baixo.