A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) abriu cadastro nesta quinta-feira (17/11) para voluntários das fases 1 e 2 dos testes clínicos da SpiN-Tec – a primeira vacina 100% brasileira contra a COVID-19. A testagem em humanos recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 3 de outubro.
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A primeira fase dos testes reunirá 72 voluntários entre 18 e 85 anos. As pessoas que realizarem a inscrição devem estar em bom estado de saúde, não ter tido COVID-19, ter recebido as duas doses iniciais da CoronaVac e uma de reforço da Pfizer há pelo menos nove meses.
Dentro da mesma faixa etária, a segunda fase das avaliações clínicas contará com 360 pessoas. Elas devem ter recebido as duas doses da vacina CoronaVac ou da AstraZeneca e uma ou duas aplicações de reforço da Pfizer ou AstraZeneca. O fato de já ter contraído COVID-19 não impede a pessoa de se habilitar para a segunda fase dos testes.
Para as duas etapas, os voluntários devem residir em Belo Horizonte durante os 12 meses de estudo. Já as mulheres não podem estar grávidas ou amamentando. Por fim, ainda haverá uma terceira e última etapa dos testes, que reunirá de quatro a cinco mil voluntários.
Coordenador dos testes clínicos da vacina, o professor Helton Santiago diz que se a pessoa cadastrada for elegível para o estudo, ela receberá o imunizante SpiN-TEC. “O candidato comparece para a vacinação no dia marcado, faz os procedimentos e fica em observação por até uma hora. Depois, já está liberado para ir para casa. Faremos o monitoramento ao longo de 12 meses”, explica.
Nesse sentido, a equipe que executa os testes clínicos fará ligações periódicas para os voluntários para saber como estão se sentindo. Além disso, as pessoas farão sete visitas programadas à Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) – onde a dose será ministrada – uma semana após a aplicação e, na sequência, depois de duas semanas, 28 dias, 90 dias, 180 dias, 270 dias e 360 dias.
“A expectativa, agora, é que a vacina se confirme como segura e imunogênica, fato observado em outras fases. Esperamos que ela induza resposta imunológica nos participantes, assim como induziu nos testes em animais”, explica o docente do Instituto de Ciências Biológicas, destacando a rapidez e eficiência no processo de produção do imunizante.
“Em média, uma vacina demora de 20 a 30 anos para ser desenvolvida. A pandemia abreviou esse processo. O desenvolvimento da SpiN-TEC tem sido muito rápido, já que os estudos começaram em novembro de 2020”, lembra Helton Santiago. “É um marco para a ciência brasileira”, finaliza.