O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou sete policiais militares à Justiça Militar em decorrência de uma abordagem ocorrida em agosto, domingo do Dia dos Pais, em Juiz de Fora. Moradores alegam truculência por parte da PM e afirmam que estão sofrendo ameaças.
O inquérito instaurado pela própria Polícia Militar aponta legitimidade na ação policial. Vale dizer que, após imagens da ação, captadas por câmeras de monitoramento, viralizarem nas redes, a PM divulgou um vídeo alegando que “os criminosos contumazes daquela área, descontentes com essas operações, hostilizaram e cercaram uma viatura que fazia o patrulhamento ordinário pelo local”. O entendimento da promotoria, porém, foi outro.
Leia Mais
COVID em BH: máscaras voltam a ser obrigatórias no metrô e estaçõesCOVID-19: Moradores de BH recorrem a Contagem para receber a quarta doseCOVID-19 em BH: número de testes positivos quase dobra em uma semanaCorpo em avançado estado de decomposição é retirado do Rio das VelhasHomem deportado é preso no Aeroporto de ConfinsNa ocasião, a reportagem do Estado de Minas teve acesso às imagens de duas câmeras de monitoramento que mostram quando duas viaturas chegam ao local. Às 15h47, os PMs, logo após saírem do carro, apontam armas para quatro homens que estavam na calçada. Mesmo sem oferecer resistência, um deles leva um tiro com bala de borracha e cai no chão.
Em seguida, uma mulher, de vestido azul, que estava dentro do imóvel, aparece na rua. Ela aparenta estar aflita e permanece com os braços parcialmente levantados.
Posteriormente, um dos homens que estavam na calçada é imobilizado no chão, algemado e levado para o camburão da PM. No caminho para a viatura, ele cai e é atingido por um chute de um policial. Por fim, o rapaz é colocado dentro da viatura.
Em um segundo vídeo, às 16h02, outro homem é puxado pelo braço por um dos PMs. Na sequência, outro policial arremessa um pneu no rosto dele. Com o impacto do golpe, o rapaz desmaia e cai.
Uma criança presenciou toda a cena – fato que foi destacado pelo promotor na denúncia. Segundo ele, dois dos policiais contribuíram de forma direta para “expor a vida de uma criança de tenra idade que se encontrava no palco de operações, contra a qual houve o perigo direto e iminente”.
Para a promotoria, todos os policiais denunciados participaram e contribuíram “em consciência de cooperação comum para a prisão ilegal e arbitrária dos quatro indivíduos”.
À época dos fatos, a Polícia Civil também instaurou um inquérito. As investigações seguem em curso.
*Com informações da TV Alterosa