A Santa Casa de Belo Horizonte anunciou, nesta segunda-feira (21/11), a reabertura oficial de 50 leitos do Centro de Terapia Intensiva (CTI). Segundo o hospital, cerca de 200 pacientes por mês podem voltar a receber atendimento após reforma no 10° andar do edifício, que ficou parcialmente destruído após incêndio em 27 de junho.
A reabertura dos leitos foi anunciada em cerimônia que contou com diretores do hospital, do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e do secretário de Saúde, Fábio Baccheretti.
obras de restauração da Santa Casa foram realizadas com verbas arrecadadas a partir da plataforma "Santa Causa", que angariou R$ 3,5 milhões em doações. De acordo com o provedor do hospital, Roberto Otto, todos os leitos reinaugurados já estão em funcionamento e ocupados por pacientes.
As Otto destacou que as doações permitiram que a Santa Casa atravessasse um ano difícil, não apenas pelo incêndio, mas também pela escassez de insumos.
"Não tínhamos contraste pra comprar, não tínhamos prótese cardíaca, dentre outras crises que enfrentamos neste ano, que foi particularmente desafiador. Nós conseguimos vencer com apoio da sociedade", disse Otto.
Incêndio
Em 27 de junho, um incêndio iniciado no 10º andar exigiu a evacuação do hospital, que tinha 931 pessoas internadas. Três pacientes morreram e 25 funcionários foram hospitalizados.
Segundo os bombeiros, o fogo começou após uma pequena explosão em um dos equipamentos do CTI. Foi o terceiro incêndio no prédio em dez anos e o primeiro com vítimas.
Zema anuncia hospitais
O governador iniciou sua fala na cerimônia de reabertura dos leitos dizendo que gostaria que o estado tivesse contribuído com a reabertura dos hospitais, o que não foi possível devido a restrições orçamentárias previstas para anos eleitorais. Na sequência, Zema anunciou que o estado tem recursos para a conclusão de seis hospitais regionais nos próximos dois anos.
De acordo com o Zema, o maior dos hospitais ficará em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. O governador trouxe a obra à tona para falar sobre a necessidade de deslocamento de pacientes para receberem atendimentos longe de suas residências. A Santa Casa de BH, por exemplo, atende a mais de 80% dos municípios mineiros.
“O que nós queremos é que todas as regiões tenham um atendimento de alta complexidade. Para uma família, para um paciente andar 700, 800 quilômetros, como ainda acontece em algumas regiões, é um desrespeito. Para aqueles que fazem hemodiálise três vezes por semana, ficar quatro horas por semana em uma van para ir, quatro horas para voltar, também é uma afronta a quem está debilitado”, afirmou.