Funcionários e professores da Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, relatam se sentirem ameaçados e com medo após a depredação da unidade nesta terça-feira (29/11). A instituição foi invadida durante a madrugada e pichada com frases e símbolos neozanistas.
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Uso de máscaras em locais fechados volta a ser obrigatório na UFOPBelo Horizonte terá dia de chuva e temperatura elevada nesta terça (29/11)Regiões da Grande BH seguem sem luz depois de temporalSuspeitos de vandalizar escolas em Contagem são identificadosOperação de combate ao tráfico cumpre 27 mandados de prisão em MGUma funcionária, que preferiu não se identificar, lembrou os ataques às escolas do Espírito Santo, que ocorreram na última sexta-feira (25/11), temendo que algo semelhante aconteça na unidade. “Eles falam que foi só uma brincadeira de criança, mas o que fica pra gente é o medo. Vamos ficar esperando pra ver o que vai acontecer?”, questiona.
O vandalismo teria sido motivado por um jogo nas redes sociais. A “brincadeira” inclui desafios, que envolvem desde a depredação da escola até tentativa de assassinato. No Instagram, familiares de alunos encontraram um perfil com as iniciais da escola, onde são publicados vídeos do interior do colégio e partes do suposto jogo. A informação está sendo investigada pela Polícia Civil.
Veja o vídeo:
Mães de alunos da escola também expõe o temor das crianças em voltar para a aula. “Meu menino de 10 anos já não quer vir para escola. Eu tive que tranquilizá-lo e dizer que ele não precisa voltar até que isso seja resolvido. Minha sobrinha, que é um pouco mais nova que ele, acabou chorando com a notícia”, relata uma mãe que também preferiu não ser identificada. A escola suspendeu as aulas de hoje.
Os moradores do bairro descrevem a escola como um ambiente tranquilo e sem grandes problemas. Apesar disso, essa é a quarta ocorrência de depredação na unidade só neste ano. “Nunca imaginei que algo assim fosse acontecer”, afirma Joyce de Jesus, de 34 anos, mãe de uma menina de 9 que estuda na escola municipal. Os outros dois filhos de Joyce, hoje com 14 e 16 anos, também estudaram na unidade.
Segurança
Joyce aponta um relaxamento na segurança do local desde o último ano. “Tinha uma câmera aqui em frente, que foi retirada e eu só fiquei sabendo disso hoje. Antes também costumava ficar mais guardas aqui na porta”, relata.
A Guarda Municipal promete intensificar o policiamento nos arredores da unidade. "Vamos intensificar todo o patrulhamento no período noturno. A escola já tem toda uma dinâmica no período diurno, então, vamos intensificar à noite", declara o comandante da corporação Wedisson Luiz.
Mais casos de vandalismo
Outra escola na região também foi invadida na madrugada de hoje. A Escola Municipal Professora Maria Martins, conhecida como "Mariazinha", que fica a menos de 6 km da Escola Municipal José Silvino Diniz, teve vidros e câmeras quebrados.
Não foram encontradas referências neozasistas na unidade, mas a polícia investiga se o episódio pode estar relacionado aos ataques na escola do bairro Solar do Madeira.
“O momento é muito precoce. Estamos apurando com cautela, com cuidado", disse o comandante da Guarda Municipal.