Jornal Estado de Minas

REVITALIZAÇÃO

BH: reunião para discutir obras na Avenida Afonso Pena é adiada


A reunião para avaliar a proposta de mudança da Avenida Afonso Pena foi novamente suspensa, sem previsão de uma nova data. Nesta quarta-feira (30/11), a BHTrans encaminhou uma nota ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural solicitando o adiamento da pauta, decisão vista como positiva por conselheiros que propuseram alterações no projeto. 





Segundo Roberto Andrés, professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os integrantes do Conselho de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte esperam que o adiamento sirva para "ouvir a sociedade''. 

"Desde que o projeto veio à tona, muitas pessoas se manifestaram. Estamos percebendo que a população está muito preocupada com os cortes de árvores e retirada de calçadas, deixando as ilhas no lugar. Isso seria feito na Afonso Pena toda, mas essas ilhas expõem mais os pedestres, além de aumentar o tempo de travessia, já que o sinal será sincronizado para os veículos, não para pedestres".

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Ele afirma que entre as sugestões de mudança estão as intervenções nas esquinas e cortes de árvores. "A maior parte das árvores está nas calçadas, elas serão cortadas para fazer ilhas e aumentar a parte de asfalto. Se fizer a revisão, 90% não precisa ser cortada. As ciclovias e pistas exclusivas para ônibus são importantes, o que está se pedindo são ajustes. Grande parte dos movimentos da cidade são a favor desses elementos".



Segundo a Prefeitura de BH, a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte e a BHTrans estão avaliando todas as contribuições, sugestões e críticas, formais e informais.

Embora ainda não apresentem mudanças em relação aos questionamentos dos conselheiros sobre as calçadas, ilhas e cortes de árvores, há esperança de conversa nos próximos dias. "Estamos na expectativa que a PBH vai escutar o anseio e fazer o ajuste solicitado. Acreditamos que ele tornará o projeto até mais barato, pois teriam menos intervenções programadas", finaliza Roberto Andrés.

Outros cortes de árvores


Em meio à polêmica de cortes de árvores para priorizar transportes e aumentar pistas em na capital mineira, ambientalistas e ONGs de BH questionam a falta de respostas sobre outro levantamento que prevê supressão de diversas espécies para melhorar o trânsito em algumas avenidas.

São cerca de 282 árvores com risco de corte nas Avenidas Afonso Pena, Abílio Machado, Brigadeiro Eduardo Gomes, Padre Pedro Pinto, Nossa Senhora do Carmo e Augusto de Lima, segundo afirma Antônio Lages, do projeto Pomar BH e represente dos coletivos.



Embora os documentos da PBH, que o grupo teve acesso, afirmem a reposição de cerca de 450 árvores, mais que a quantidade retirada, as novas plantas não foram especificadas e não devem produzir os mesmos benefícios que àquelas já existentes.

"Não é justo, porque uma árvore que está há anos plantada, gera um grande benefício para a população e meio ambiente. Melhora a qualidade do ar, ajuda na recarga hídrica, dá frutos, sombra e mais. O tempo que vai levar para 12 árvores produzirem o benefício de uma palmeira grande, é grande. Serão muitos anos até lá".

Segundo a PBH, o documento em questão trata-se de um estudo e ainda cabem mudanças. "No momento, está sendo realizado um levantamentos sobre a supressão e transplantio de árvores no local. É importante reforçar que, se preciso, os serviços só serão efetivados com o início do projeto, após aprovação dos órgãos responsáveis e com medidas de compensação ambiental definidas", afirmam em nota.