Jornal Estado de Minas

ALTA DE CASOS

COVID-19: BH diz não ter doses para vacinar público de 18 a 39 anos


A Prefeitura de Belo Horizonte voltou a se manifestar sobre a falta de imunizantes contra a COVID-19 no sistema de saúde da cidade. Com a vacinação estagnada, a quarta dose da proteção contra a doença só está disponível para maiores de 40 anos desde o fim de junho, enquanto os casos têm aumentado. Segundo o Executivo do município, faltam vacinas e não há orientação dos governos estadual e federal para ampliação do público-alvo.





Em nota divulgada nesta quinta-feira (1/12), a PBH diz que não houve uma orientação formal da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e do Ministério da Saúde para a aplicação da quarta dose em pessoas de 18 a 39 anos. Todavia, ainda que a cidade decidisse tomar a medida por conta própria, faltam doses.

Segundo a prefeitura, em balanço na última terça-feira (29/11), a cidade tinha um saldo de 20 mil doses de vacinas da Pfizer para uso adulto, ante uma população de 700 mil pessoas com idade entre 18 e 39 anos.

Conforme cálculos da PBH, mesmo que a cobertura do público ampliado fosse similar à atual, com menos de 40% dos moradores acima de 40 anos com esquema vacinal completo, seriam necessárias mais de 300 mil unidades do imunizante.



Levando em consideração apenas os moradores de 39 anos, seriam necessárias mais que o dobro das vacinas em estoque. A Secretaria Municipal de Saúde destacou que há funcionários e insumos suficientes tão logo as vacinas sejam disponibilizadas.

Em resposta ao Estado de Minas, o Ministério da Saúde informou que a quarta dose da vacina contra a COVID, ou segunda dose de reforço, é indicada para pessoas com mais de 40 anos. Discussões sobre a ampliação do público são feitas a partir de evidências científicas e o cenário epidemiológico. A pasta não respondeu sobre o envio de mais doses à BH.

Em nota, a SES-MG afirmou que o repasse de doses e as recomendações para ampliação do público-alvo partem do Ministério da Saúde e a secretaria segue as diretrizes do órgão federal. A pasta ainda salientou que a imunização é a principal forma de prevenção para interromper a circulação do vírus e que vem atuando junto aos municípios para ampliar a cobertura com estratégias como busca ativa e imunização em outros ambientes além das unidades de saúde.





Imunização estagnada e casos em alta


No fim de junho, Belo Horizonte anunciou que imunizaria moradores de mais de 40 anos com a quarta dose da vacina contra a COVID-19. Em agosto, com um mês de público estendido, 31,7% dos residentes dentro desta faixa etária já haviam completado o esquema vacinal.

Segundo informações do boletim epidemiológico divulgado pela PBH na última terça-feira (29/12), a cobertura do público chegou a 38,7% em quatro meses. Isso significa que apenas 83 mil pessoas foram aos pontos de vacinação receber a quarta dose. Mais de 730 mil moradores já poderiam estar em dia com o calendário vacinal, mas não o fizeram.

Com a chegada da subvariante da ômicron a BH, especialistas alertam para o risco de não contar com uma cobertura vacinal suficiente para conter o avanço dos casos. Desde 18 de novembro, a capital mineira voltou a obrigar máscaras dentro de unidades de saúde e transporte público como resposta à escalada de positividade nos testes feitos na cidade.





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Conforme publicado pelo Estado de Minas, ainda que as internações e mortes não tenham acompanhado o crescimento, Belo Horizonte registrou quase sete vezes mais novos casos de COVID na segunda metade de novembro em relação à primeira quinzena do mês.

Diante do cenário do avanço da COVID-19 e da falta de vacinas, moradores da capital têm recorrido a cidades da Região Metropolitana, como Nova Lima e Contagem, para ampliar a proteção contra a doença.