Até esta segunda-feira (5/12), 1.510 pessoas haviam se prontificado a participar do estudo, mas a maioria pertence à faixa etária de 18 a 54 anos. Segundo o diretor clínico do CT Vacinas, professor Helton Santiago, encontrar voluntários de todos os públicos é fundamental para os testes.
"A grande dificuldade dessa faixa etária é a restrição. Precisamos de pessoas de 55 a 85 anos saudáveis, que não tomem nenhum remédio. Fica difícil encontrar alguém a partir dos 55 que não tome medicações de uso contínuo. Já recebemos pouco mais de 30 cadastros que se encaixam no estudo de fase 1 e precisamos de 36 pessoas", explica.
Santiago esclarece ainda que fazer o cadastro não significa participação automática na pesquisa. Os voluntários precisam passar pela triagem, que inclui uma bateria exames para verificação de suas condições de saúde. Apenas os inscritos considerados aptos recebem a candidata à vacina. Os requisitos exigidos pela UFMG são:
- Ter entre 18 a 85 anos
- Morar na Região Metropolitana de Belo Horizonte durante o estudo
- Ser uma pessoa saudável: não tomar nenhuma medicação de uso contínuo
- Ter tomado duas doses da Coronavac e uma dose da Pfizer
- Não ter sido infectado pelo vírus da COVID-19
O estudo
Os testes começam pelos voluntários mais jovens. Os pesquisadores inocularão o candidato a imunizante em 36 pessoas de 18 a 54 anos. Em seguida, em outros 36 participantes na faixa dos 55 aos 85 anos.
O número de testados - 36 de cada faixa etária - é o previsto no protocolo para estudos de fase 1, que inclui poucos voluntários. Cada grupo e dividido em outros três subgrupos, que recebem dosagens diferentes, conforme o seguinte esquema.
- 12 recebem uma dose baixa
- 12 recebem uma dose intermediária
- 12 recebem uma dose mais alta
"Cada pessoa vai receber uma dose só, por isso são subdivididas em grupos. No primeiro, testamos a dose baixa. Ela sendo segura, passamos para o segundo grupo, que sendo efetivo, passa para o terceiro. Esse último recebe a quantidade mais alta", conta o professor Santiago. Terminado o grupo mais jovem, a mesma metodologia é repetida nas pessoas de 55 a 85 anos.
"O foco da fase 1 é responder qual dose induz a melhor resposta imunológica. E precisamos saber qual é a dose segura. Imaginamos que seja a mais baixa, mas pode ser que ocorra uma mudança no resultado. Durante os testes, se todas doses responderem bem, podemos escolher a que tenha melhor custo benefício para a sociedade", pondera.
Na faixa dos 18 a 54 anos, o professor estima que já haja voluntários suficientes. Uma vez recrutados, eles serão examinados em breve.
O professor deixa um incentivo para mais pessoas participarem do estudo. "É a primeira vez que o país chega nesse estágio de desenvolvimento de vacina. O sucesso será dado a partir dos voluntários que vão ajudar os pesquisadores a testar, por isso a participação é essencial. A UFMG é a protagonista desse evento, motivo de orgulho para nós brasileiros, em especial, para os mineiros".
Como ser voluntário
Para participar, os interessados podem ligar no CT Vacinas, pelo número 3401-1152. Outra possibilidade é realizar o cadastro on-line.