"A dica que eu dou para o pessoal do Qatar é me chamar para fazer o tropeiro, tenho certeza de que eles vão gostar porque é muito bom. Se eu estivesse lá, ia vender muito tropeiro. Não ia ficar ninguém com fome. Você não viu como a seleção está [em desempenho]? Aqui se come bem", falou à reportagem.
Ao ver as imagens do sanduíche vendido nos estádios de Doha, Sônia não resistiu e disparou: "Tem que ter que ter pelo menos uma folhinha verde nesse sanduíche porque está muito feio. Tem que incrementar para ficar pelo menos bonito porque é muito caro. Precisa de uma carne melhor, alface, tomate. Eles precisam fazer o pão com mais carinho, mais amor. Esse parece que foi feito na enxada", divertiu-se.
O tropeiro do Mineirão é famoso entre os frequentadores do estádio. A marmita é caprichada: leva o feijão tropeiro —claro—, além de arroz, couve, bife de lombo, molho quente, torresmo e ovo frito por apenas R$ 20. O hambúrguer e o cachorro-quente de Doha têm apenas pão e proteína e custam R$ 40 e R$ 60, respectivamente.
Dona Sônia, como é carinhosamente conhecida no Mineirão, prepara o prato dentro do estádio há 37 anos. Durante o Mundial realizado no Brasil, no entanto, outra empresa ficou responsável pela produção da iguaria —por acordos comerciais— e não agradou tanto, segundo a chef.
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"Na Copa em 2014, teve tropeiro no Mineirão, mas foi um pessoal de fora que fez. E não precisa falar, né? Deu errado. Na Copa América também teve e aí já foi produzido por mim", explicou.
CARNE DE PORCO É ITEM PROIBIDO
O tropeiro do Mineirão tem carne de porco na maioria da composição e o Qatar proíbe a ingestão de suínos por questões religiosas e culturais. Mas isso não é problema para a dona Sônia, que está preparada e pensou em alternativas para servir o tropeiro dentro das leis rigorosas do país.
"Eu faço até tropeiro vegano, com feijão, farinha, carne de soja, azeite, alho e açafrão. Não faltando feijão e a farinha, o resto a gente dá um jeito. É só olhar qual a carne de lá e está resolvido", brincou.