Jornal Estado de Minas

OPERAÇÃO CISVALEGRAN

Polícia apreende computadores de médicos investigados por desvio de verbas


As polícias Civil de Minas Gerais e São Paulo cumpriram na manhã desta quarta-feira (7/12) nove mandados de busca e apreensão em casas de profissionais da área da saúde, entre eles médicos de Uberaba e Delta, no Triângulo Mineiro, e Ribeirão Preto e Guaíra, no nordeste paulista.




 
As ações policiais, que fizeram parte da 2ª fase da Operação Cisvalegran, aconteceram em imóveis de investigados por desvios de verbas da área da Saúde e lavagem de dinheiro. Foram apreendidos documentos e computadores.
 
Segundo informações divulgadas pela PCMG, os envolvidos são suspeitos de lesarem os cofres públicos do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran) por meio de lançamento e pagamento de consultas médicas e cirurgias não realizadas ou feitas de forma diferente da registrada.
 
Os supostos crimes eram lançados como executados no Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU), em Uberaba, e pagos para uma clínica oftalmológica de Ribeirão Preto.




 
A investigação aponta também, conforme a PCMG, que dois médicos de Uberaba e dois médicos de Ribeirão Preto teriam se beneficiado do esquema.
 
Nesta 2ª fase da operação, a Justiça determinou afastamento dos sigilos bancários e fiscais dos investigados; sequestro de R$ 625 mil dos investigados e medida cautelar diversa da prisão em desfavor de uma ex-funcionária do MPHU, com validade de um ano; ou seja, a mulher está proibida de exercer, no meio privado, qualquer atividade econômica ligada diretamente ao Cisvalegran ou a qualquer ente da administração pública dos municípios que integram o consórcio.
 
Iniciada no dia 13 de maio deste ano, a operação apura crimes de tráfico de influência, falsificação de documentos públicos, peculato e associação criminosa envolvendo suspeitas de práticas de fraudes em processos licitatórios relacionados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran).
 
Na primeira fase da operação cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Uberaba e Ribeirão Preto.




 
MPHU declarou que foi o próprio hospital que identificou a suposta irregularidade e acionou o MPMG. Confira a nota do MPHU na íntegra:
 
"A respeito da operação do Ministério Público, o Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) esclarece que a instituição identificou, em apuração interna, eventual anormalidade administrativa em determinados procedimentos.
 
De imediato, o Hospital tomou a iniciativa e encaminhou Notícia de Fato ao Ministério Público para apuração, culminando na operação realizada no dia 13 de maio de 2022.
 
Concomitante à iniciativa do MPHU em encaminhar o caso ao MP, a instituição desligou os colaboradores supostamente envolvidos nas práticas apuradas.
 
O Hospital, assim como a sociedade, foi vítima de tais fatos e colabora com as autoridades para total esclarecimento e punição dos eventuais culpados".