Moradores de Belo Horizonte, resignados, contam os prejuízos nos pontos mais atingidas pelo temporal dessa quarta-feira (7/12). Foram centenas de pontos de alagamento, carros arrastados e pessoas ilhadas.
Na Avenida Cristiano Machado, próximo à Estação São Gabriel, Região Nordeste da capital, o transbordamento do Córrego do Onça levou parte do asfalto. Nesta manhã, máquinas da prefeitura retiravam o lixo e entulho deixados pelas enxurradas.
No fundo do Córrego do Onça, um veículo completamente destruído demonstrava a força das águas. Enquanto as máquinas retiravam o entulho das vias, muitos moradores contavam os prejuízos.
O empreiteiro Ivan Rodrigues da Silva foi buscar o veículo que ele teve de abandonar, por volta das 18h de ontem, quando voltava do trabalho para casa e foi surpreendido pelo temporal. "Estava parado no sinal quando a água começou a subir. Aí deixei o carro para me salvar", conta. Como o veículo não tem seguro, ele terá um prejuízo, mas agradece por não ter sofrido algo mais grave.
Morador do Bairro Primeiro de Maio, Afonso Costa sofre todos os anos no período chuvoso. A casa dele fica a cerca de 300 metros do local onde o Córrego do Onça transbordou. "Faltou pouco para a água entrar dentro da minha casa. Já aconteceu de a chuva entrar na minha casa duas vezes e eu perder tudo", afirma.
Resiliente, ele não acredita que os impactos das chuvas serão resolvidos, apesar das obras realizadas no local. "Estão fazendo uma obra aqui, mas está do mesmo jeito. Falta muita coisa para solucionar. A única solução é eu mudar daqui, porque senão vou continuar perdendo as coisas a toda chuva. Não tem conserto", diz ele, que mora com a esposa, a sogra e o enteado.
Geraldo Luiz Martins, de 57 anos, chamou o Corpo de Bombeiros depois de um princípio de vazamento de gás em sua sapataria na Avenida Bernardo Vasconcelos. Ele afirmou que a tempestade de ontem foi uma das mais fortes que ele presenciou em 12 anos de funcionamento da loja. "Entrou um metro de água. Todo ano é a mesma coisa."
"Tem que começar tudo de novo. Jogar o que estragou na caçamba e recomeçar de novo", afirma.