Pela segunda vez este ano, o metrô de Belo Horizonte dá início a uma greve total e por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14/12). Anunciada na última segunda (12), a paralisação afeta cerca de 100 mil usuários do modal, muitos deles surpreendidos com as estações fechadas na manhã de hoje mesmo com as placas e sinalizações sobre a greve.
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A primeira greve total do metrô BH em 2022 foi iniciada em 21 de março e durou até 2 de maio, sendo a mais longa da história do modal em BH.
A greve do metrô
Segundo o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), a categoria não aceita a concessão do serviço e tenta barrar o leilão marcado para 22 de dezembro, na B3, em São Paulo (SP).
Com a greve, a linha emergencial E019 volta a rodar com horários entre 5h30 e 23h. Os ônibus partem da Estação Eldorado, em Contagem, na Região Metropolitana, com destino a Belo Horizonte.
A linha, conforme anunciado pelo Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano (Sintram), irá circular até o término da paralisação do metrô. O embarque será realizado na plataforma A3.
Privatização
O edital rejeitado pelos metroviários prevê a privatização da CBTU no estado. O investimento projetado, ao logo de 30 anos de concessão, é de R$ 3,7 bilhões. Deste montante, R$ 3,2 bilhões vêm dos cofres públicos, sendo R$ 2,8 bilhões de aporte da União e R$ 440 milhões do estado. O restante fica a cargo da empresa vencedora da licitação.
Com isso, a categoria questiona o preço fixado pelo governo no lance inicial em R$ 19,3 milhões. “Além das 35 composições, nós temos 19 estações, quatro subestações de energia, 29 quilômetros de leito ferroviário e as edificações ao longo do trecho. A CBTU está sendo oferecida a preço de banana”, avalia Daniel.