A greve dos aeronautas, marcada para começar na próxima segunda-feira (19/12), afetará mais de 40 voos previstos para o Aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A BH Airport, empresa que administra o terminal, afirmou que tem um plano de contingência para mitigar os impactos da paralisação, que deve acontecer entre 6h e 8h da manhã. Quase seis mil passageiros poderão ser afetados.
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No Aeroporto de Confins, a inatividade das 6h às 8h da próxima segunda-feira significa que 26 embarques e 23 desembarques ficarão comprometidos. A BH Airport não especificou quais os destinos e os pontos de origem dos voos.
Ainda segundo a concessionária que administra o principal terminal da Região Metropolitana de Belo Horizonte, cerca de 5,6 mil passageiros estão previstos no Aeroporto de Confins durante o período de greve dos aeronautas na segunda-feira.
“O BH Airport reforça que possui um plano de contingência, conjuntamente com as empresas aéreas e as autoridades aeroportuárias, para ter o mínimo de impacto no aeroporto, caso a greve de pilotos venha a se confirmar. Neste momento, as operações ocorrem normalmente”, diz nota enviada pela empresa à reportagem.
A greve dos pilotos e comissários de bordo reivindicam um aumento salarial de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e um ganho real acima da inflação de 5%. Além disso, os trabalhadores cobram direitos para definir horários de veto na alteração de folgas.
Segundo o sindicato da categoria, a proposta apresentada à entidade em novembro não apresentava uma recomposição salarial com ganho real e propunha cláusulas que piorariam as condições de trabalho dos pilotos e comissários.
Não há previsão para que a situação seja normalizada enquanto as companhias aéreas respondam às reivindicações, segundo o SNA. O sindicato ainda aponta que as empresas têm, em informes ao mercado, demonstrado recuperação econômica do setor, com lucros superiores ao observado antes da pandemia.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu ontem que 90% dos aeronautas devem seguir em serviço durante a greve da categoria. A medida, expedida pela ministra Maria Cristina Peduzzi, aponta que a atividade da categoria se enquadra como essencial e que o sindicato patronal afirmou que a deliberação pela greve se deu de forma ‘surpreendente’.
A entidade que representa as companhias aéreas acionou o TST demandando a continuidade integral do serviço, mas o tribunal entendeu que não era possível atender à demanda de abusividade da greve solicitada.
“A urgência da medida se configura pela própria essencialidade dos serviços, bem como pela constatação de que a futura greve tem aptidão para gerar graves impactos na sociedade, notadamente por ser aprovada em período de aumento da demanda no setor de transporte coletivo aéreo”, apontou a ministra na decisão, que prevê multa diária de R$ 200 mil ao SNA por descumprimento da medida.