A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou na tarde desta sexta-feira (16/12) que foram liberados os recursos financeiros para o pagamento de bolsas e contratos de serviços terceirizados que estavam atrasados. Além disso, o bloqueio inesperado do governo federal, que durou duas semanas, deixou a instituição sem dinheiro até para arcar com os pagamentos das contas de água, luz e telefone.
“Já estamos providenciando o pagamento de todas as bolsas dos estudantes e dos contratos de serviços terceirizados, como água e luz, que não estavam sendo pagos. (...). Não podemos deixar de destacar o enorme impacto que esse bloqueio, ao nosso ver injustificável, teve na vida das pessoas que dependem das bolsas para viver”, pontua a reitora, referindo-se aos bolsistas de pós-graduação e programas de graduação e extensão.
Caso a medida não fosse revertida, o impacto do corte no orçamento poderia variar de R$ 7,6 milhões até R$ 10 milhões. A UFMG, no entanto, não especificou em números o quanto, efetivamente, o corte gerou de impacto nas finanças da instituição.
Ao todo, a UFMG sofreu quatro contingenciamentos em 2022, mas o de dezembro foi o mais prejudicial, segundo balanço da instituição. Logo, o bloqueio orçamentário imposto pelo governo federal em 1º de dezembro forçou a universidade a atrasar o pagamento de cerca de 1,6 mil bolsistas dos programas de ensino e extensão e 1,7 mil profissionais terceirizados. Cerca de 2,3 mil pós-graduandos – mestrado, doutorado e pós-doutorado – receberam suas bolsas com atraso.
O último contingenciamento das verbas foi divulgado em 28 de novembro. O Ministério da Educação, porém, liberou os recursos em seguida. No mesmo dia, o governo Bolsonaro interrompeu os pagamentos do MEC e de universidades em dezembro. A decisão atingiu todas as unidades vinculadas à pasta, inclusive a rede federal de ensino superior e representou um impacto de R$ 366 milhões às instituições de ensino.
Impactos no orçamento para o próximo ano
No caso da UFMG, o orçamento de 2022, já insuficiente, será “ainda mais corroído com as multas que serão cobradas pelos pagamentos atrasados”, avalia a reitora. Os sucessivos bloqueios, segundo ela, vão impactar o planejamento das contas da universidade em 2023. “O corte efetuado em maio, no valor de R$ 16 milhões, não foi revertido e terá fortes consequências no próximo ano”, acrescenta.