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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

PM suspeita que jovem morto no Anel de BH participava de 'rolezinho'

Família alega que vítima morreu atropelada por viatura policial. Boletim da PM não indica tal denúncia


17/12/2022 17:46 - atualizado 17/12/2022 17:46

Número de denúncias contra 'rolezinhos' cresce em BH
Número de denúncias contra 'rolezinhos' cresce em BH (foto: PMMG/Reprodução)
A morte de um motociclista, identificado como João Vitor Martins Montes, de 21 anos, ocorrida na madrugada deste sábado (17/12), no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, é contestada pela família da vítima, que alega que o homem foi atropelado por uma viatura da Polícia Militar (PM). Por sua vez, a corporação afirma que o rapaz participava de um evento irregular chamado ‘Rolezinho do Grau’, onde fazia “pegas” em alta velocidade.

 

Michele, tia de João Vitor, esteve no Instituto Médico Legal (IML) para tratar da liberação do corpo. Ela alega que a família usará um vídeo contra a versão da PM, além de contar com o depoimento de testemunhas.

 

Leia: 'A PM matou meu filho', diz mãe de rapaz morto durante 'racha' no Anel 


“Estamos recebendo, aqui no IML, apoio de muita gente, muitos amigos que estão consternados com a morte do João Vitor. Vamos atrás de Justiça. Ele não estava participando do rolezinho”, diz Michele.


Segundo o relatório feito pelos policiais que participaram da operação, e que foi entregue ao comando da PM e à Delegacia de Ribeirão das Neves, os policiais foram chamados para coibir o rolezinho, que, segundo a PM, traz muitos riscos, tanto para os participantes, quanto para os espectadores, além de ser um evento proibido.


Segundo os policiais, nos rolezinhos são muitos os prejuízos, pois, além da algazarra feita pelas motos, muitas vezes carros são chutados pelos participantes, causando prejuízo aos proprietários.

 

Além disso, esse tipo de evento, segundo o Boletim de Ocorrências (BO), atrai muitos ladrões, que agem no meio dos espectadores. Existe a suspeita de que tais criminosos têm envolvimento com os participantes do rolezinho.


No momento da chegada de uma viatura policial, diz o relatório, “esta foi cercada pelas motos, que começaram a circundar a mesma. Cita também o fato de que estavam de escapamento aberto e que os policiais foram desacatados.


Por esse motivo, a viatura policial ligou o giroflex. Nesse instante, houve uma dispersão de algumas motos, mas duas permaneceram. Em determinado instante, as duas motos iniciaram uma fuga, escapando cada uma para um lado.


Os policiais passaram, então, a perseguir uma das motocicletas, mas a perderam de vista alguns quarteirões depois. Até esse instante, os militares alegam que não visualizaram nenhum acidente. Alertados pelo rádio, retornaram ao local do rolezinho, encontraram um motociclista caído já sem vida, no entanto, a moto não estava no local e nem a garupeira, que seria a namorada de João Vitor.


A informação, segundo os policiais, era de que o motoqueiro havia colidido com a traseira de um Fiat Palio. O B.O. diz ainda que pessoas informaram que a garupeira havia sido socorrida por populares e levada para o Hospital do Pronto Socorro João XXIII, que não registra a entrada da mulher, Evilyn Priscila dos Santos, de 18 anos. Não havia registro, também na UPA Nordeste, que fica próximo ao local.


Um homem, identificado como sendo "Seu Leonardo", como é conhecido na região, que estaria num ponto conhecido por ser uma boca de fumo, contou que viu a motocicleta cair, mas não saberia dizer o que havia acontecido, pois no momento havia muito barulho por causa de uma motocicleta em fuga. Ao levantarem a ficha desse homem, descobriram que ele tem passagens na polícia por homicídio, tráfico de drogas e roubo.


Ms o que mais intrigou os policiais foi o fato da motocicleta da vítima ter desaparecido. A partir do momento em que conseguiram a identificação desta, os policiais tomaram conhecimento de que João Vitor tinha passagens por tráfico de drogas, roubo e multas de trânsito, além de incitação em movimentos populares.

 

O caso será investigado pela Polícia Civil (PCMG). 



 


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