Jornal Estado de Minas

NOVO SÍMBOLO

Designer propõe nova bandeira para Belo Horizonte; veja o projeto


Aos 125 anos recém-completados, Belo Horizonte tem a bandeira que conhecemos hoje desde 1995. A lei municipal n.º 6.938 instituiu que o símbolo da cidade seria o brasão do município sobre um fundo branco. Passados 27 anos, o designer gráfico Gabriel Figueiredo resolveu transformar sua insatisfação com a representação da capital mineira em algo concreto e pôs a mão na massa para bolar um novo símbolo.



Nascido em BH, Gabriel Figueiredo utilizou das referências e elementos presentes no brasão da cidade para criar uma bandeira que fizesse jus à ideia do símbolo, que inclui características de reprodutibilidade mais simples e um uso mais ostensivo das cores. Primeiro, ele publicou o resultado nas redes sociais. Diante do sucesso, resolveu fazer uma campanha de financiamento coletivo para a confecção do trabalho em formato físico.

“O financiamento coletivo veio da resposta que tive nas redes. Eu postei achando que seria só a postagem de um projeto normal, mas muita gente curtiu e compartilhou e dizendo que queria a bandeira. Então a campanha foi uma forma que pensei para conseguir produzir para quem mostrou interesse. A ideia é mesmo compartilhar o desenho, tanto que soltei os arquivos para quem quisesse fazer por conta própria”, explica.

O sucesso seguiu durante a campanha, que terminou seu prazo de financiamento na sexta-feira (16/12) arrecadando R$ 4.471, 127% do valor determinado por Gabriel para a confecção de bandeiras em diferentes tamanhos, pins metálicos e cangas com o desenho. Agora, o designer enviará as demandas para os fornecedores, e os materiais devem ser entregues em fevereiro do próximo ano.





Gabriel conta que ainda não pensou em trâmites formais para levar a ideia à Câmara Municipal e tornar seu desenho um símbolo oficial da cidade. No momento, a ideia é distribuir o material e popularizar a nova ideia de bandeira para saber se o projeto tem aceitação popular.

O designer explica que, embora a bandeira tenha se originado de uma ideia simplória de usar o brasão da cidade em um fundo branco, o emblema da capital mineira tem um pensamento técnico por trás de sua formulação e ele foi o ponto de partida para o projeto.

“O brasão tem toda uma história, um estudo para chegar no desenho dele. Aí na bandeira eles simplesmente colocaram o brasão lá, Não teve um estudo para entender como utilizar, como adaptar ao projeto. O que eu fiz foi justamente adaptar o brasão, não criei nenhum elemento novo. Tirar os elementos que traziam ruídos para usar o que fosse realmente relevante para o desenho da bandeira. Então, pego o brasão, tiro os elementos de heráldica, tro o nome da cidade, porque se você precisa comunicar o nome é porque a bandeira não está passando a mensagem corretamente”, analisa.




 
Novo desenho da bandeira, proposto por Gabriel Figueiredo (foto: Arquivo pessoal)
 

A reprodutibilidade é uma característica importante para uma bandeira. Ou seja, é importante que seja simples de se desenhar ou produzir o material, que representa um símbolo de um local e de um povo. Gabriel dá o exemplo de emblemas nacionais, que costumam ser mais simples e facilmente reconhecidas e avalia também que o exemplo de um símbolo eficiente que se comunica de forma eficiente não está nada distante de BH.

“A bandeira de Minas Gerais é um caso muito bom. O triângulo pode ser reinterpretado e reproduzido de milhares de outras formas e a gente vê isso em programas e órgãos do governo, por exemplo. BH já não tem essa possibilidade, por isso fiz o projeto. Porque estava na minha cabeça há muito tempo”, conta.

A ideia por trás da bandeira proposta e o caminho percorrido pelo designer até o projeto final estão explicados neste link, onde também se pode acessar o material digital.