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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

Presos três suspeitos de morte de advogado; motivação do crime é mistério

Corpo de Alexandre Barra foi encontrado enterrado no quintal de uma casa em Montes Claros; estava desaparecido desde 13 de dezembro


20/12/2022 17:24 - atualizado 20/12/2022 18:25

foto do advogado assassinado
Segundo a PC, advogado foi morto por traumatismo craniano (foto: Redes sociais/divulgação)
Um verdadeiro quebra-cabeça a ser desvendado. Assim a Polícia Civil considera o assassinato do advogado criminalista Alexandre Mauro Barra Oliveira, de 34 anos, cujo corpo  foi encontrado, na noite de segunda-feira (19/12), enterrado e concretado no quintal de uma casa, no Bairro Santos Dumont, em Montes Claros, no Norte de Minas, onde ele morava e trabalhava.

 

Três homens foram presos suspeitos de participação no crime. Um quarto continua sendo procurado.

 

O advogado estava desaparecido desde 13/12 de dezembro. Três dias depois do desaparecimento, o  carro dele foi encontrado em um motel em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

A motivação do homicídio é a grande incógnita em relação ao caso. Não se sabe se o assassinato tem alguma ligação com a atividade profissional do advogado. Outro aspecto é que, no passado, Alexandre Barra teve passagens policiais por envolvimento com o tráfico de drogas e com um homicídio.

Além disso, já se sabe que ele conhecia os homens que agora estão presos pela suspeita de envolvimento em sua morte.

 

Conforme revelou o Estado de Minas, em junho de 2011, antes de se formar como advogado, Alexandre Barra foi preso em uma grande ação da Polícia Civil de Montes Claros por envolvimento com o tráfico de drogas.

Ele foi detido na “Operação Carcará”, que teve como alvos suspeitos de integrar uma facção criminosa da cidade comandada por um traficante, que, na ocasião, estava preso na penitenciária de segurança máxima de Catanduvas (PR).  

 

O advogado também já esteve envolvido em um homicídio no passado. Parentes de Alexandre Barra alegam que desde que concluiu o curso superior e passou a atuar como advogado, ele não teve mais passagens pelos meios policiais por práticas delituosas, informação confirmada pela Polícia Civil.

 

O corpo do criminalista foi encontrado após intensas buscas, feitas por uma força-tarefa formada pela Polícia Civil e que contou com a participação de dois delegados. Um dos suspeitos de envolvimento no homicídio levou os policiais até o local onde o cadáver foi enterrado, na noite de segunda-feira.

 

Em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (20/12), o delegado regional de Montes Claros, Herivelton Ruas, e a delegada Franciele Conceição Drumond (integrante da força-tarefa que apura o homicídio), disseram que ainda não têm nenhum indício sobre o motivo do assassinato. Informaram que a Polícia Civil segue várias linhas de investigação.

 

A necropsia, realizada no Instituto Médico-Legal  (IML) de Montes Claros apontou traumatismo craniano como a possível causa da morte de Alexandre Barra. No exame do IML também foi verificado  que o corpo apresentava uma distensão muito grande no tórax, o que indica que a vítima foi agredida antes de morrer.

 

A delegada Francielle Drumond revelou que corpo foi encontrado em posição lateral, com um cinto no pescoço e envolto com um lençol, a um metro de profundidade.

Essas circunstâncias levam à conclusão pelos investigadores de que o assassinato teve a participação de mais de uma pessoa. No entanto, ainda não há um resultado conclusivo do exame pericial para esclarecer se o advogado foi morto no local onde o corpo foi enterrado, também  não sendo possível saber  quando exatamente o homicídio ocorreu.

 

O imóvel onde o cadáver foi ocultado pertence a um parente de um dos suspeitos de envolvimento no homicídio que está preso. Na casa, foram encontradas notas fiscais de compra de material da construção usado na concretagem do corpo, com data anterior ao dia do desaparecimento da vítima. P

ara os responsáveis pela investigação, isso indica que que o assassinato  foi premeditado. A delegada Francielle Drumond disse que não está descartada a possibilidade de crime de mando.

 

Outra linha de investigação é apurar se o advogado teria feito movimentação financeira com os suspeitos do homicídio, relacionada a empréstimo de dinheiro a juros. 

Crime teria ligação com atuação do advogado?

O presidente da 11ª Subseção da Ordem dos  Advogados do Brasil (OAB) de Montes Claros, Heberth  Alcântara Ferreira, declarou que não acredita que o homicídio tem relação a atividade profissional da vítima. “Estamos acompanhando (o caso) desde os primeiros momentos. Acreditamos muito no trabalho das polícias Civil e Militar e tenho certeza que os culpados irão pagar pelo crime que cometeu”, afirmou Ferreira.

 

Entretanto, a delegada Francielle Drumdond revelou que foi constatado que os suspeitos de participação  no crime eram conhecidos de Alexandre Barra e que o advogado atuava com o defensor de um deles. 

Queima de arquivo.

A polícia chegou aos suspeitos do assassinato do advogado a partir da tentativa de homicídio sofrida por um motorista de aplicativo, no último domingo,  na zona rural de Montes  Claros. O motorista socorrido pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) após ser baleado e agredido com várias facadas, na localidade de Campos Elísios, as margens da BR-251 (entre Montes Claros e Francisco Sá).

 

Para a polícia, na verdade, o motorista de aplicativo foi vítima de uma tentativa de queima de arquivo. Isso porque ele confessou que recebeu R$ 1  mil para levar o carro (Uma camionete Fiat Toro)  de Alexandre Barra a Contagem, em companhia de outro homem.  Na sequência, os suspeitos de envolvimento no crime tentaram contra sua vida.

 

O major Wellington Mourão, comandante da companhia de policiamento especializado da Polícia Militar de Montes Claros, informou que um dos suspeitos de tentar matar o motorista foi preso próximo a BR 251. Um outro suspeito tentou fugir em direção a Belo Horizonte, em um carro Onix, de propriedade do motorista de aplicativo.

 

A Polícia Civil tem  30 dias para a conclusão do inquérito sobre o caso. O prazo pode ser prorrogado.

 

 

 

 

 


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