(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas IMPASSE

Proposta que pode encerrar greve nos aeroportos entra em votação

Resultado será anunciado a 0h30 desta sexta-feira (23/12) pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas


22/12/2022 19:49 - atualizado 22/12/2022 21:04

Vista em plano geral de aviões parado na pista do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Pista molhada em decorrência de chuvas.
Greve dos aeronautas no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte na terça-feira (20/12) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Tripulantes aéreos votam nesta quinta-feira (22) uma proposta de convenção coletiva de trabalho que, caso seja aprovada pela categoria, pode encerrar a greve que há quatro dias afeta aeroportos do país.

 

A votação, marcada para começar às 16h30, ocorre de forma virtual até a meia-noite, e o resultado será anunciado à 0h30 desta sexta-feira (23) pelo SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas). A proposta foi apresentada em uma reunião do sindicato com o TST (Tribunal Superior do Trabalho) na tarde desta quinta, em Brasília.

 

As companhias aéreas oferecem aos trabalhadores reposição total da inflação medida pelo INPC (5,97%) mais 1% de aumento real. Conforme a proposta, o reajuste incide sobre salários fixos e variáveis, pagamento de diárias em todo o território nacional, seguro, multas por descumprimento da convenção coletiva e vale-alimentação.

 

O presidente do SNA, Henrique Hacklaender, disse em um vídeo que a suspensão da greve será automática caso a categoria aprove a proposta. Ele defende que, em caso de rejeição, será necessário endurecer a mobilização de pilotos, copilotos e comissários.

 

"Se votar 'não', a greve continua, mas precisamos ser claros: a categoria tem de ter responsabilidade pelo seu voto", disse Hacklaender. "No caso de reprovação, vamos ter de continuar a greve, e ela vai ter de ser de forma intensiva, vai ter de endurecer, porque, afinal de contas, nós passamos quatro dias aqui e tivemos essa proposta."

 

 

O reajuste não incide sobre diárias internacionais por serem pagas em dólar americano, euro ou libra. A reposição salarial de todos os salários fixos e variáveis seria feita com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

 

A categoria pedia inicialmente um aumento salarial de 5%, além da reposição inflacionária. Além da proposta menor, de 1%, os tripulantes não conseguiram incluir na convenção coletiva uma definição para horário de folgas e regras que impeçam a alteração dos descansos pelas empresas.

 

À reportagem, presidente do sindicato disse que não conseguiria avaliar se a proposta tem mais chance de ser aprovada ou rejeitada. "É uma avaliação muito difícil de ser feita, uma vez que a gente está falando de uma base de votação de sete mil pessoas. Vamos descobrir com o resultado se a categoria vê a proposta como um ganho real ou não", disse.

 

Às vésperas do Natal, a paralisação já afetou ao menos 20 aeroportos do país, com atrasos e cancelamentos de voos.

 

Até as 12h desta quinta, Congonhas registrava 37 atrasos e 17 cancelamentos, segundo a Infraero. No Rio, o Santos Dumont, também operado pela Infraero, teve 35 atrasos e 11 voos cancelados. A assessoria, no entanto, diz que nem todos os transtornos estão relacionados à greve.

 

Já o Galeão, também no Rio, registrou duas decolagens atrasadas, e a operação foi normalizada em seguida. A situação foi parecida no aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte, que tinha três atrasos até as 10h.

 

Em Guarulhos, dois voos saíram com atraso. No Distrito Federal, o aeroporto de Brasília registrou 27 atrasos entre as 67 decolagens previstas até a tarde desta quinta.

 

O Aeroporto Internacional Salgado Filho registrava, até as 8h, cinco atrasos. Já em Fortaleza, o painel indicava cinco voos atrasados e um cancelado.

 

17 HORAS DE ATRASO

 

A greve e o tempo ruim no Sudeste fizeram com que o advogado Ciro Brito, 29, e um grupo de outros passageiros levassem cerca de 25 horas no trajeto entre o Rio de Janeiro e Belém, no Pará. O itinerário, com uma conexão em Guarulhos, deveria ter sido cumprido em sete horas e 20 minutos, na previsão inicial.

 

"Levei na esportiva porque não tinha muito jeito, mas foi uma saga pra chegar em casa", conta.

 

O motivo inicial do atraso no voo, que sairia do aeroporto Santos Dumont às 9h35 de quarta-feira (21), foi a paralisação. Os passageiros só foram liberados para embarcar uma hora e meia depois, mas a demora foi agravada pela chuva no Rio. Sem condições de decolagem, ficaram todos por cerca de duas horas dentro do avião até a aeronave alçar voo.

 

A viagem seguinte de Brito, de Guarulhos para Belém, já estava perdida por conta dos atrasos iniciais. Grupos com destino a aeroportos do Pará, Maranhão e Pernambuco se depararam com filas enormes em Cumbica para remarcar suas viagens.

 

"A companhia aérea, a Latam, não tinha se preparado mesmo com todas essas horas de atraso para nos receber e encaminhar, e era muita gente", diz o advogado.

 

Foram necessários esperar duas horas na fila para ser atendido, depois outras duas horas até conseguir transporte até o hotel onde a companhia havia hospedado os passageiros. Brito almoçou às 18h. Nesta quinta-feira (22), seu voo das 6h25 para Belém atrasou apenas 40 minutos. Entre a previsão inicial de chegada e o pouso final, foram cerca de 17 horas de atraso.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)