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Estado de Minas A PARTIDA DE DONA LALADE

Mineira de 119 anos morre em Juiz de Fora

Para além da COVID-19, Geralda Martins Ferreira viveu ainda a pandemia de gripe espanhola (1918-1919), uma das mais devastadoras e letais da história


22/12/2022 22:04 - atualizado 22/12/2022 22:29

Geralda Martins Ferreira
Falecimento de Geralda Martins Ferreira, conhecida como Dona Lalade, foi comunicado pela neta Valéria de Abreu nas redes sociais (foto: TV Câmara de Juiz de Fora/Reprodução)
Com mais de um século de vida preenchido com as próprias memórias – além de ter vivido na mesma época de importantes momentos históricos – , Geralda Martins Ferreira, popularmente conhecida como Dona Lalade, morreu aos 119 anos no bairro Araújo, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. O falecimento foi comunicado nas redes sociais na noite dessa quarta-feira (21/12) pela neta de coração, Valéria de Abreu, que cuidava da idosa. 
 
“A Lalade nunca tomou remédio para pressão, diabetes, nada. Ela não toma nenhum tipo de medicação. É algo que surpreende. Os médicos ficam até sem entender isso. Ela é praticamente independente. A gente não precisa ficar andando atrás dela e vigiando”, lembrou a neta durante entrevista à TV Câmara de Juiz de Fora em 2021. 
 
Em nota, a prefeitura do município lamentou a partida de Dona Lalade, destacando que ela “era considerada uma das pessoas mais idosas do mundo”, pois nasceu em 20 de março de 1903. “Neste momento, prestamos nossa solidariedade aos familiares e amigos”, finaliza o Executivo municipal. 
 
Para além da COVID-19, Geralda Martins Ferreira viveu ainda a pandemia de gripe espanhola (1918-1919) – uma das mais devastadoras e letais da história. 

Ao lamentar a morte de Dona Lalade nas redes sociais, o historiador Vanderlei Tomaz pontuou que a idosa foi uma “testemunha ocular das grandes transformações do mundo”. 
 
“Naquele ano [1903], o Santos Dumont ainda voava em balões. O avião ele só foi inventar três anos depois. O presidente do Brasil era Rodrigues Alves. Em 1903, Henry Ford inventou a linha de montagem que permitiu a popularização do automóvel”, lembrou o professor, que também é autor da Lei Municipal Murilo Mendes de Incentivo à Cultura e ex-vereador da cidade. 




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