Após a rejeição de uma nova proposta de reajuste, a categoria dos tripulantes aéreos voltou a paralisações em nove aeroportos na manhã desta sexta (23). A dois dias do Natal, os protestos seguem com a suspensão de decolagens entre 6h e 8h e afetam ao menos 20 aeroportos.
Até as 13h desta sexta, segundo a Infraero, o aeroporto de Congonhas teve 33 atrasos e 11 cancelamentos. No Rio, o Santos Dumont, também administrado pela empresa pública, houve 31 atrasos e cinco cancelamentos. A Infraero diz que os passageiros afetados devem procurar as companhias aéreas para informações sobre os voos, porque os transtornos podem não ter relação com a greve.
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Em Guarulhos, de acordo com a concessionária GRU Airport, três voos operaram com atraso durante a manhã. Viracopos, em Campinas, teve um atraso.
O Aeroporto Internacional de Confins, na Grande Belo Horizonte, apresentava seis atrasos e cinco cancelamentos no painel, considerando chegadas e partidas.
Em Porto Alegre, o Aeroporto Internacional Salgado Filho registrava no site oito voos atrasados e um cancelado. Em Fortaleza, foram nove atrasos e um cancelamento até o momento. Já em Brasília, até as 12h, 29 dos 74 voos previstos partiram com atraso, segundo a assessoria.
Em nota publicada em seu site nesta sexta (23), o Snea, sindicato que representa as empresas aeroviárias, voltou a dizer que as negociações foram iniciadas em outubro. "Cabe destacar que se trata da terceira proposta negada pelo sindicato . A primeira foi apresentada pelo SNEA ainda no âmbito da negociação sindical".
Procurado para comentar sobre novas rodadas de negociação, o SNA respondeu, em nota, que a greve continua. As paralisações têm acontecido nos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos (SP), Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Grande Belo Horizonte). Os grevistas se apresentam para trabalhar, mas não fazem a decolagem.
Após reuniões das empresas e dos aeronautas com o TST (Tribunal Superior do Trabalho), as companhias aéreas ofereceram na tarde de quinta (22) aos trabalhadores reposição total da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 5,97%, mais 1% de aumento real.
Conforme a proposta, o reajuste incide sobre salários fixos e variáveis, pagamento de diárias em todo o território nacional, seguro, multas por descumprimento da convenção coletiva e vale-alimentação.
O reajuste não incide sobre diárias internacionais por serem pagas em dólar americano, euro ou libra. A reposição salarial de todos os salários fixos e variáveis seria feita com base no INPC.
A categoria pedia inicialmente um aumento salarial de 5%, além da reposição inflacionária. Além da proposta menor, de 1%, os tripulantes não conseguiram incluir na convenção coletiva uma definição para horário de folgas e regras que impeçam a alteração dos descansos pelas empresas.
Segundo o presidente do SNA, Henrique Hacklaender, foram 59,25% dos votos contrários à proposta, entre 5.084 participantes da assembleia virtual, que ocorreu durante o período das 16h30 até o fim da noite de quinta.