A menos de uma semana do prazo estipulado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a desobrigação do uso de máscara em ambientes fechados, como transporte público e unidades de saúde, o número de novos casos de COVID-19 na capital mineira segue aumentando. Em uma semana, 4.099 pessoas testaram positivo para a doença, e 12 morreram em decorrência da contaminação.
Desde que foi determinada a volta da obrigação do uso de máscaras em BH, no dia 17 de novembro, até esta quinta-feira, 18.017 pessoas foram contaminadas pelo vírus que já matou 8.295 pessoas na capital mineira. O número representa um aumento de 13% de novos casos.
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Na época em que foi anunciada a nova obrigação, a secretária de saúde, Cláudia Navarro, afirmou que a medida estava sendo tomada devido ao aumento de novos casos da doença na cidade. A determinação era válida por apenas 15 dias, mas no início de dezembro foi prorrogada.
“Continuamos a recomendar o uso de máscaras para pessoas acima de 60 anos. Além de áreas com aglomerações e ambientes fechados. Para o grupo de instituições de saúde e transporte, será obrigatório. Mas a recomendação geral é que continue a higiene de mãos, uso de álcool em gel, evitar sair de casa com sintomas gripais. Esses cuidados devem ser mantidos”, disse a secretária durante coletiva de imprensa no dia 17 de novembro.
Para o infectologista e ex-integrante do extinto Comitê de Enfrentamento à Covid, Carlos Starling, a obrigação ou desobrigação do uso “de um paramento tão fundamental como a máscara” não deve ser feita devido a uma data marcada e, sim, após análises dados epidemiológicos. “O que deveria orientar uma decisão de saúde pública, é a epidemiologia, não uma data. Se no dia 3 de janeiro, os dados epidemiológicos apontarem uma certa normalidade da infecção aí sim essa desobrigação poderia ser analisada”, afirmou.
Contaminações
Questionado sobre uma possível previsão do avanço ou retrocesso da pandemia em 2023, Carlos Starling afirmou que apesar de ser complicado fazer longas projeções, o cenário não é tão favorável quanto se esperava. Isso porque as taxas de imunizações, não só no Brasil, mas em todo o mundo, ainda são muito baixas, o que proporciona maior disseminação da COVID-19.
“Nós temos inúmeros países com baixa taxa de vacinação, como o Brasil, que possui uma baixa adesão do reforço vacinal. Isso não coloca um cenário tão favorável. Certamente não voltaremos às situações que vivemos em 2020 e 2021, mas ainda estamos longe de atingir uma normalidade epidemiológica”, explicou o infectologista.