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Estado de Minas RÉVEILLON DA LIBERDADE

Festa agrada participantes, mas desafina no barulho


02/01/2023 04:00

A queima de fogos provocou muitos estampidos
A queima de fogos durou oito minutos e provocou muitos estampidos, que são proibidos por lei municipal da capital (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Na contramão da lei municipal de Belo Horizonte que proíbe fogos de artifícios barulhentos, a primeira edição do Réveillon da Liberdade, evento produzido pelo governo do estado na capital mineira, foi marcada por oito minutos de show de queima de fogos, com rojões e muitos estampidos. Apesar de desafinar em relação à lei municipal, o evento agradou convivas e ambulantes na sua edição inaugural. A contagem regressiva para 2023, na Praça da Liberdade, cartão-postal da Região Centro-Sul de BH, ficou a cargo do ator Marcos Frota e da bateria Arautos do Gueto.

A festa começou oficialmente às 20h e contou com uma programação diversa, com DJ’s e VJ’s convidados apresentando sets animados nas escadarias e fachadas de vários equipamentos que integram o Circuito Liberdade. E a grande atração da noite começou às 23h50, em frente ao Palácio da Liberdade, onde projeção fez a contagem regressiva dos instantes finais de 2002.

O governo de Minas produziu o evento, numa parceria que incluiu a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e a Fundação Clóvis Salgado (FCS). Para garantir a segurança de todos os participantes, cerca de 500 policiais militares se revezaram em turnos e patrulharam os arredores da praça. Além disso, o Corpo de Bombeiros de Militares de Minas Gerais e a Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte reforçaram a segurança no local.

A gastronomia mineira também participou da festa, com uma cozinha-show ao lado do Palco Liberdade, comandada pela chef Carol Fádel, que preparou um prato inspirado na mineiridade. Das 21h às 22h, foram distribuídas cerca de 400 porções de uma paella mineira, com carnes de porco, lentilha e torresmo. A festa terminou à 00h10.

Se o barulho dos rojões desafinou em relação às leis municipais, outros itens foram considerados impecáveis por quem decidiu virar o ano na praça. Morando na capital mineira desde 2017, a capixaba Marluce Lacerda, de 50 anos, aproveitou a festa mesmo debaixo da fina chuva que caía desde o início da noite. Para ela, o evento estava bem organizado e as atrações animadas. "Mesmo com a chuva, nada segura a gente. E eu pretendo ficar aqui até a virada para ver o fogos", disse, enquanto curtia a música à espera da meia-noite.

A auxiliar administrativa Bárbarade Almeida foi à praça com os pais, o namorado e a sogra. A família se preparou para encontrar a praça lotada e por isso levou banquinhos para que todos pudessem se sentar. "A festa está melhor do que o esperado. Nós achamos que a chuva ia atrapalhar, mas está bom  porque não ficou muito lotado e sem condições de sentar. Está bem tranquilo, todo mundo mais família", afirmou Bárbara.

Ambulantes não perderam tempo e foram ao socorro de quem aguardava a virada sob a chuva, já faturando algum para dar início a 2023.  “Olha a capa de chuva, taça e sombrinhas”, anunciava a vendedora ambulante Heloísa Maria, de 59. A autônoma disse que as vendas estavam boas, mas poderiam ser melhores. Ela avaliou que a divulgação do evento foi feita muito em cima da hora e, por ser a primeira edição, requeria um melhor planejamento.

“A expectativa é que a praça estivesse cheia. O pessoal está chegando devagar”. Antes das 22h, Heloísa tinha vendido mais sombrinhas e capas de chuva do que taças de plástico.



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