Após o humorista Gustavo Mendes ser alvo de uma tentativa de assalto em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às redes sociais para debochar do ator. A maioria dos comentários contém uma referência, em tom jocoso, ao jargão de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse sentido, os internautas mandam o artista “fazer o L”.
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Vereador é preso suspeito de negociar café furtado em MinasVídeo: bombeiros combatem incêndio em cabos de telefonia na Afonso PenaFotógrafo é agredido em acampamento bolsonarista em BHSindicato entregará à OAB relato de jornalistas agredidos por bolsonaristasDeputado estadual mais votado em Minas, Bruno Engler (PL-MG), correligionário de Bolsonaro, também usou o Twitter para comentar o caso. “(...). A culpa é dele que faz parte de uma classe média que ostenta! Espero que as vítimas que ‘justiçaram’ Gustavo não tenham machucado as mãos com a pedra!”, ironizou.
Entenda o caso
Conhecido nacionalmente por imitar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o artista publicou um vídeo em seu perfil oficial no Instagram na manhã desta quinta-feira (5/1), relatando que foi abordado por três pessoas durante essa madrugada na Itamar Franco (antiga Avenida Independência), na Região Central de Juiz de Fora. Diante da negativa de entregar o celular, ele foi atingido com uma pedrada na cabeça.
"Isso não é uma encenação. Eu estou um Juiz de Fora e sofri uma tentativa de assalto. Eu estava na Avenida Independência. Por volta das 2h da manhã, ao sair de um bar, sofri uma tentativa de assalto. Fui atacado por dois homens e uma mulher. Me agrediram, tomei pontos na cabeça e minha calça está cheia de sangue", desabafou.
No fim da tarde desta quinta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, em nota, que "instaurou inquérito" para apurar a ocorrência registrada pelo ator. "Até o momento, testemunhas já foram identificadas, e levantamentos estão sendo realizados", pontuou a instituição policial.
No fim da tarde desta quinta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, em nota, que "instaurou inquérito" para apurar a ocorrência registrada pelo ator. "Até o momento, testemunhas já foram identificadas, e levantamentos estão sendo realizados", pontuou a instituição policial.
Ator já foi alvo de processos de bolsonaristas
Além de ator, o humorista, natural da cidade de Guarani, é diretor de espetáculos teatrais e já foi alvo de processos impetrados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, bolsonaristas que estavam na plateia de um espetáculo em Teófilo Otoni, na região mineira do Vale do Mucuri, ficaram incomodados com as críticas feitas pelo ator ao então chefe do Executivo nacional.
Logo, na ocasião, após ser hostilizado por cerca de 30 pessoas no Expominas da cidade, Gustavo pediu ao grupo que se retirasse em troca da devolução do valor pago pelo ingresso. Porém, os espectadores reagiram, e a discussão resultou no aumento da tensão, na paralisação do show e saída espontânea de parte do público.
Posteriormente, o artista incluiu uma referência à cidade e ao episódio em seu espetáculo. Diante disso, dois espectadores ajuizaram ação contra Gustavo, pleiteando indenização por danos morais "com base no constrangimento e na exposição sofridos".
Ao proferir a sentença, a Justiça negou o pedido. Conforme decisão divulgada em março de 2022, o juiz Renzzo Giaccomo Ronchi, do Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública da Comarca de Teófilo Otoni, considerou que “a sátira, ainda que ácida, deve ser protegida porque, no fundo, é da liberdade de expressão que se está cuidando”.