Jornal Estado de Minas

CHUVAS

Jovem é resgatado após ficar 3 horas ilhado no meio de rio em Grão Mogol

Um  jovem, de 18 anos, foi salvo pelo Corpo de Bombeiros, após ficar mais de três horas ilhado em cima de uma pedra no Rio Itacambirassu, entre os municípios de Grão Mogol e Cristália, nessa segunda-feira (9/1). Um fato que chama atenção é que o sargento dos bombeiros que resgatou o rapaz, Frederico dos Santos de Jesus, de 45, também viveu drama semelhante e foi salvo depois ser arrastado pela correnteza no Rio Salinas (no município homônimo, na mesma região), durante uma enchente no fim de 2021, caso que teve repercussão nacional.





Na ocasião, o sargento auxiliava vítimas das chuvas em Salinas, em um barco, que virou. O outro militar que estava na mesma embarcação foi resgatado de imediato. Frederico foi arrastado pela correnteza e chegou a ser dado como desaparecido. Ele conseguiu se salvar ao segurar uma árvore, situada a cerca de 3 quilômetros do ponto onde caiu no rio.

O sargento conta que ficou 40 minutos seguro à árvore, até ser resgatado, sendo que o tempo entre o momento em que o barco virou e o salvamento foi cerca de três horas.

Jovem ilhado

O jovem que ficou ilhado em cima de uma pedra no meio do Rio Itacambirassu em Grão Mogol foi identificado como Esdras Borges Neves e é filho de um pastor evangélico de da cidade. Conforme informações do Corpo de Bombeiros, no fim da tarde dessa segunda, ele tomava banho no rio, numa área conhecida como “praia do Vau”, quando o local foi atingido por um fenômeno conhecido como “cabeça d´agua”.





O sargento Frederico conta que o resgate do rapaz ilhado em cima da pedra no meio do rio foi complicado. Além da escuridão, da correnteza e da chuva, o trabalho de salvamento foi dificultado pelas pedras existentes no rio, o que impossibilitava o uso de barco. Inicialmente, ele tentou fazer o salvamento da vitima a nado mesmo.
Durante o trabalho dos bombeiros, com as chuvas intensas, o volume do rio Itambirassu aumentou, o que possibilitou o uso do barco. A embarcação precisou ser manuseada com muito cuidado porque havia o risco de naufrágio devido à quantidade de pedras e à forte correnteza.

O sargento Frederico conta que tentou se aproximar da pedra onde Esdras se encontrava por cinco vezes, só conseguindo o salvamento na quinta tentativa. “Primeiro, jogamos uma corda para a vítima com um colete salva-vidas. Depois, nos aproximamos novamente e conseguimos colocá-la no barco””, detalha. “Meu sentimento foi de missão cumprida porque a situação estava muito difícil”, afirma o bombeiro.

Bombeiros

A ação contou com a participação de quatro homens do Corpo de Bombeiros de Francisco Sá e por 15 integrantes do destacamento da Policia Militar de Grão Mogol. Os trabalhos foram acompanhados pelos pais de Esdras, que ficaram muito emocionados quando o jovem foi salvo.





O rapaz permaneceu em cima da pedra no meio do rio por três horas e meia, entre as 17h30 e as 21h. Ao ser resgatado, ele apresentou quadro de hipotermia e precisou ser atendido por uma equipe do Serviço Móvel de Urgência e Emergência (Samu). Foi encaminhado ao hospital municipal de Grão Mogol e liberado em seguida.

Bombeiro relembra drama vivido por ele

Na manhã de 28 de dezembro de 2021, dois militares do Corpo de Bombeiros auxiliavam vítimas de uma forte enchente em Salinas, a Capital da Cachaça, no Norte de Minas, quando o barco em que eles estavam virou. Um deles foi resgatado rapidamente.
O outro foi arrastado pela correnteza e levado para o leito do Rio Salinas. Ele foi socorrido depois de agarrar a uma árvore no meio do rio. O caso ganhou repercussão nacional, e o vídeo do salvamento viralizou nas redes sociais.





O militar em questão foi o sargento Frederico santos de Jesus, que, na noite de segunda-feira, foi o principal responsável pelo salvamento de um jovem de 18 que ficou ilhado no meio do Rio Itacambirassu, em Grão Mogol, município vizinho a Salinas, na mesma região.

Entrevistado pelo Estado de Minas na tarde desta terça-feira, Frederico lembrou o drama que enfrentou há pouco mais de um ano. Ele recordou que foi levado pela correnteza por cerca de 3 quilômetros do Rio Salinas (2,7 mil metros em linha reta). Enquanto era arrastado pela força d’água, lutou pela sobrevivência, nadando e se esforçando para não afundar.

O militar relata que, ao longo do percurso que foi arrastado pela correnteza, passou por duas pontes sobre o Rio Salinas. A primeira ponte foi encoberta pela enchente. Passar pela segunda ponte foi seu maior desafio. Tive que mergulhar por três metros debaixo da ponte”, recorda o bombeiro. “Enquanto flutuava, eu acreditava que iria conseguir me salvar. Mas, na hora que tive que mergulhar debaixo da ponte, pedi proteção divina. Foi Deus que pôs a mão”. 





Após se agarrar a uma árvore no meio do rio, Frederico foi resgatado por outros homens do Corpo de Bombeiros, que usaram cordas durante o salvamento. Ele afirma que ficou 40 minutos “grudado” à árvore, se esforçando para ser levado pela correnteza. Entre o período que caiu no Rio e o momento do resgate, passaram três horas, informa.

O que é o fenômeno Cabeça d’água

O fenômeno da cabeça d’água acontece em áreas de relevo acentuado e cachoeiras,  depois de uma chuva forte, que aumenta rapidamente o volume, e a correnteza dos rios e córregos, em locais abaixo das quedas d água. É o caso da “Praia do Vau”, no rio Itacarambirassu, em Grão Mogol.

De acordo com especialistas, a cabeça d’água é como uma forte onda provocada por uma chuva intensa e localizada. A pancada de chuva cai na cabeceira e faz o nível do rio subir. O fenômeno é comum com as chuvas de verão.