Jornal Estado de Minas

'REJEIÇÃO A POBRES'

Padre Júlio Lancellotti acusa padaria de aporofobia e gera polêmica em MG

Um post feito pelo Padre Júlio Lancellotti, nesta quarta-feira (11/1), tem repercutido e gerado polêmica em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Ele acusou uma padaria, que fica no centro da cidade, de aporofobia - uma apologia a rejeição aos pobres e uma referência a quem tem comportamento hostil a moradores de rua.





A publicação foi uma reação a um cartaz afixado no estabelecimento pedindo aos clientes para não dar esmolas. “Pedimos a sua colaboração ao não ajudar os moradores de rua, para evitar maiores transtornos”, diz o cartaz.
 

A postagem do padre, até a manhã desta quinta-feira (12/1), tinha mais de 10,6 mil curtidas. Nela, ele apenas cita o nome da padaria e a palavra "aporofobia".

A denúncia foi feita no mesmo dia em que foi promulgada a Lei Padre Júlio Lancellotti que proíbe  a chamada “arquitetura hostil” em área pública, ou seja, construções com objetivo de afastar pessoas do espaço público e dificultar o acesso de grupos como idosos, crianças ou pessoas em situação de rua.





Lancellotti é pároco da paróquia de São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, em São Paulo, e ativista em causas relacionadas aos direiros humanos. Nas redes sociais, ele é conhecido por trabalhar em prol dos menos favorecidos e também das pessoas em situação de rua, usando os perfis para denunciar casos, principalmente, de aporofobia.

Com a repercussão, o estabelecimento, que tem cerca de 40 anos de mercado, retirou a placa. A reportagem do Jornal Estado de Minas tentou contato com a empresa, porém foi informado que, no momento, não iria se manifestar.


Caso semelhante


Em dezembro do ano passado, o padre fez denúncia com o mesmo teor envolvendo uma rede de supermercados em Divinópolis. Na época, a gerência desmentiu e disse que nunca houve, por parte da empresa, afixação de cartaz com tal orientação.

Na foto postada por Padre Júlio Lancellotti dizia: “Atenção, favor não fazer doações aos pedintes”. Entretanto, não havia logo e nem assinatura que identificasse a rede de supermercado. Na foto, também não era possível identificar de qual loja se tratava.